29.12.08

Ó pele cândida da rosa alva
Ó manto de doçura que cobre a rubra alma
Cobre-me também
Em minhas noites, abandonada.
Venha a mim como resposta à minha prece
Como o delicado desejo a ser saciado.
Responda-me, ó fragmento de candura, reponda-me!
Não deixais assolar a alma desse sonhador,
Que vive a esperar por você, pelo seu calor.
Não deixais morrer o desejo meu
Busque-me, ó rosa,
e me contente com sua feroz alma,
Mostre-me além de seus delicados traços.
Venha, rosa minha, traga-me toda sua paixão
e derrama sobre mim o que só pode ser visto
por trás dos olhos teus.
Cubra-me com teu alvo manto de proteção
e adormeça comigo realizando o sonho meu.

26.12.08

Ok.
Vou escrever que é pra tentar tirar de mim essa garra que aperta agora o meu coração como quem anseia esmagar algo. É só no intuito de aliviar que proclamo as palavras que direi, que tento desenrrolar o fio embaraçado aos seus outros dilemas, afinal escolher entre azul e verde é tão árduo quanto escolher entre fumar ou não. Só as consequências é que são mais ou menos complicadas (Afinal de contas você pode ir de verde àquela festa de casamento e a decoração ser da mesma cor, enquanto todos fumam cigarro de qualidade enquanto você se esquiva em vão da fumaça tornando-se fumante passiva - seria mais agradável acender seu próprio tabaco).
Então aumente o brilho do monitor agora, porque a minha história não tem brilho, não tem glamour ou Jazz. Não há para ela Rock'n roll, Blues, Mpb ou Ópera. Pra minha história só há Chorinho.
Minhas escolhas não foram lá das mais acertadas e, talvez, também não das mais saudáveis - e provavelmente continuam sendo -, mas foram com elas que cheguei aqui.
Demorei tanto.. escolhi errado: Psicologia seria o certo, eu teria conseguido. Mas a comunicação foi o que me atraiu mais, enfentiçou-me; não deu.
E é assim que eu tenho continuado, demorando demais, pensando demais e escolhendo errado. Temendo o nada, o vácuo, o buraco negro que eu nem sei se existe.
São só possibilidades, suposições, promessas... E eu vou acabar jogando, definitivamente, fora por fazer o papel da mulher burra que se acha sensata e ouve demais o mundo, a razão.
Mas eu cheguei aqui, bem ou mal é onde estou. Não que haja agora grandes realizações, sonhos encaminhados, vestibulares vencidos... Muito pelo contrário, eu fui vencida, derrotada. Perdedora. Só uma fraca. Mas os fracos não falam, não choram, não lutam, não amam.. Pessoas fracas são zeros à esquerda, e ninguém merece nada de nós, nem piedade, nem amor, nem medo. Nem o medo que nós, sentimos tão profundamente e de forma tão magistral (se é que as pessoas nessa posição têm esse direito), podemos dividir.
Eu, com minhas escolhas erradas e com as certas também; com meus jogos e apostas altas demais, com meus poucos grandes amigos, com meus muitos pequenos vacilos, e com os grandes poucos; eu que pensei demais estou agora com o coração na mão cometendo mais uma vez o que eu julgo ser meu maior erro: esperando.
Deixei de lado minha filosofia de não ser vítima e se tornar autor da própria história, responsável por todos os atos e consequências da própria vida por não ter mais certeza do certo ou do errado. Como criança que vem agora conhecer os buracos do nariz e os vãos dos dedos.
Os limites. Os sonhos. A vida. Os desejos. A tentação. Os vícios. As responsabilidades. A frustração. Os outros.. O que é mais importante que eu? O que é mais importante que os meus sonhos, a minha vida, e os meus desejos? Poderia alguém lutar sem saber ao menos pelo briga?
Eu queria tanto acabar com a escola, mas agora parece que foi ela quem acabou comigo. Roubou-me pedaços de coração, de ferocidade, roubou-me tempo, e agora me leva também certezas.
É a qualidade - ou defeito - do romântico ser de tal exagero, de tal angústia e solidão. É comum do romântico exaltar a amada!
'Ó amada de olhos doces, e cabelos negros
Ó querida que vem me visitar
Ó alvo e cândido anjo
Permitai que em seus beijos eu possa me entregar.'
Estes, os românticos - salvo nomes como de José de Alencar e Chopin - são como eu perdedores, que buscam no imaginário e no obscuro a fuga. Essa luta contra o monstro donãoseioquê que perturba a mente de quem deita pra dormir e acorda atordoado sem entender o motivo; E foi nessa luta que eu levantei da cama pra vim escrever. Foi só na tentativa de aliviar a dor. Não há ilustração maior para dor que aquela que nós sentimos, nenhuma dor pode ser maior que a minha para mim ou a sua para você. Ninguém sentirá o que eu sinto e é por isso que eu estou sozinha na sexta feira á noite escrevendo num blog que não interessa á ninguém. Porque eu preciso vencer sozinha os meus monstros sem nome, meus sentimentos reprimidos, meus dilemas cromáticos, porque eu preciso saber o que eu quero daqui pra frente pra poder focar meu olhar em algum ponto sólido e imóvel, pra não cair depois de rodar e rodar.. a gente fazia isso quando brincava. Talvez as brincadeiras de criança sejam, na verdade, grandes mestres da vida. (Amarelinha.. sai pulando pra chegar no Céu, não pode cair quando for pegar a pedrinha se não vai pro inferno;
Pula corda.. "Um homem bateu em minha porta e e-u, a-bri"
Peteca.. Não pode deixá-la cair, se não você perde e sai da roda. Talvez não possa entrar de novo.)
Meu desfile de cores continua, eu continuo vendo sem brilho. O vermelho opaco, sem aquele glamour; O verde sem o cheiro de árvore; Azul sem tom de roupa limpa. E continuo esperando...


_
Que as metáforas não sejam mal entedidas por aqueles que ocasionalmente tenham perdido o tempo lendo. Tudo foi só uma tentativa frustrada de dormir em paz.

3.12.08

Os olhos brilhavam de um jeito diferente. Olhos apaixonados. Ela viveu, finalmente. Eles, finalmente, viveram. Conheceram-se. Estiveram lá. A espera tão custosa 'terminou'. E os dias foram belíssimos, noites curtas demais pra companhia, tardes longas demais pra falta dela.
Mas foram vividos, principalmente porque um dia a gente vê que só 'véve', quando deveria, na viver.
Seu sonho sendo realizado diante de seus olhos. Que inacreditável! Nunca imaginou, nem em seus melhores devaneios estar onde esteve e como esteve.
Mas acabou.
Os dias deles feneceram, como flores que vivem magnificamente e acabam sem glória. Os fins não são bonitos, nunca foram. Começos, em geral, também não são bons. Cabe fazer do desenrrolar da história o ápice de esplendor e magnitude. Tarefa cumprida ou não, a tentativa houve e meu consolo é saber que seja como for eles, enfim, viveram.
Agora, haja paciência pra curar a dor;
haja firmeza pra acertar o passo;
haja coragem para querer crescer e não ficar pequeno demais;
Agora, haja o que houver, vivemos.

9.11.08


Sentia sua sensibilidade como se fosse a própria, sentia seu corpo.. entendia-o. Todos os sinais mais discretos, os grunhidos e gemidos mais baixinhos, internos; até o silêncio era capaz de compreender. Faltava-lhe folêgo, era necessário respirar rápido, devagar, rápido, devagar.
Sentia minunciosamente todas as palavras: as ditas em alto som e as sussurradas ao pé do ouvido; tudo que lhe viera era degradado e digerido, retinha o que era bom e o que não era guardava apenas remotas lembranças. Mas em geral era expelido, como lixo, como nada.


Mas ela sentia que sua força fora-lhe tirada. Não havia coragem, resistência, não havia entendimento de mais nada, só restara-lhe fé. Não sabia como sabia mas tinha conhecimento de seu saber ('eu só sei'), como se a liberdade que ele ofereceu à ela fosse traiçoeira o suficiente para tirar todo o resto. Sabia que podia fazer tudo, afinal ele não a jugaria, mas não fazia nada porque faltava-lhe coragem, força e entendimento, aliás seu entendimento não foi de um tudo extinguido, tudo se foi, restou a sabedoria. Seus copos de whisky, os de requeijão, as xícaras de café, hieróglifos, ideogramas e desenhos quaisquer... Tudo se foi.

Simbólico demais. E sua boca bem desenhada sorri muito discretamente, movendo poucos músculos talvez nenhum inteiro.

Aliás, que boca, que tentação! É daquelas que não dá vontade de parar de beijar, não dá pra parar de olhar, de tocar, encostar.. Porque, afinal, ele é assim. Encantador quanto sua boca, quanto sua fala, quanto o resto.

Sentia todo ele, como se fosse um pequeno boneco articulado, como se fosse... mas não era. Sua alma era real, sua realidade era imensa, e sua imensidão era um labirinto onde ela se perdia todos os dias, como nos pequenos olhos inchados.

Sentia, sobretudo, o trágico caminho que se estava tomando.

Tendo conhecimento sobre a vida entendia que todos nós estamos enfeudados à caminhar para o fim e que nada mais temos a fazer que não encarar os fatos, a objetividade como ela é, mas entristecia-lhe perceber uma verdade tão dura e próxima. A distância chegaria, e logo, e a dor apertaria seu peito até que ele derramasse seu pesar reclamando saudades de tardes quentes e noites frias, abraços apertados e pernas entrelaçadas.

Sentia, agora, dor.

7.11.08

Essa dor parece não caber em mim. E agora se escrevo é porque me sinto tão pequena pra abrigar isso que preciso tirar de mim; e é assim que eu me sinto aliviada: escrevendo. Escrevendo tudo que eu deixei de dizer á ele. Ele.. com quem eu poderia viver o resto dos meus dias, hoje, deixamo-nos para trás. E porque ficou? Porque deixamos que isso acontecesse? Eu o vi partir e nada fiz. Eu disse que partiria...
Essa dor inteira: Como posso aguentar todas essas facas entrando em mim?
Minha cabeça não entende o impulso que me levou a proclamar o pseudo adeus. Eu não lhe diria o fato, mas alguém precisava ser cruel. E eu, mais uma vez assumi esse papel. Eu apunhalhei-o;
Logo a ele que trabalhou para ser algo na minha vida, porque dizia não poder ser tudo. Mas quem é que disse que não?
Eu só não acredito mais nas minhas palavras baratas. Porque não disse o que ele precisava ouvir? Ele pensava: "maldita", sei que pensava.. ainda assim insistia em declarar sentimentos que eu não dizia retribuir, mas retribuia à altura. Só não quis assustá-lo para que não o perdesse. Mas perdi. Não disse á ele que ele é perfeito pra mim, nem contei á ele todos os adjetivos que me conquistaram e ainda assim o perdi. Antes tivesse dito. Antes tivesse fugido quando o peito começou a apertar.
Mesmo sem conhecer, mesmo sem entender de um tudo, intrigando-me... ainda assim eu pude senti-lo, pude sentir em mim a ele, sentir dele em mim. Senti.
E agora sofro por ter sentido demais, por vê-lo me sentir mesmo sem saber que era a mim..
Mesmo após tanto tempo embaixo do chuveiro ainda me vejo suja, portando dor, sofrimento. Ainda me vejo no mesmo lugar, dizendo as mesmas poucas coisas que me faz sentir isso, assim..
Eu só queria que essa dor parasse. Que meu sofrimento acabasse, que eu fosse como digo ser em meus mais profundos devaneios: forte, resistente. Mas não sou dura. sou mulher, sou humana, de carne, osso, e sentimentos doloridos. Sou quem tentou ser perfeita, ótima em tudo... mas falhei no momento mais delicado, falhei agora. Talvez tenha sido falha em todo o resto, acho que nunca saberei porque agora minha alma sangra, meu coração geme de dor e minha garganta segura todas as facas que eu fiz o favor de enfiar.
Mas eu só queria que essa dor parasse agora, que ele'stivesse aqui ao meu lado, só me abraçando e entendo meu pensamento sem que eu diga uma única palavra. Eu queria que o universo estivesse a meu favor e me ajudasse a ser feliz com ele, mas as forças só fazem me afastar da felicidade que ele trás pra mim.

30.10.08

Um dia ela percebeu algo grandioso demais pra caber em seu peito, novo demais pra ser tão forte, gostoso demais pra ser resistível.
Ela descobriu que também podia perder em seu jogo, ficar presa em sua armadilha e pisar em falso em seu próprio chão. Descobriu que não sabia nada, e que o poder que degustara outrora não era seu, fora-lhe cedido.
Percebeu que era parecido, semelhante apenas, não idêntico. Diferia na velocidade, no movimento, na cinemática em síntese. Pôde sentir desde muito logo, era segredo até para si mas sabia o que habitava dentro dela, não era ignorante a tal ponto. Rejeitava o fenômeno, mas o conhecia muito bem de outros carnavais.
Fascinou-lhe seu nome mexicano, entre outros adjetivos positivos e não, depois o jeito como seus lábios escorregavam... Fascinou-lhe detalhes que não notara, e tudo mais que não conhecera. Aquela vida na sua já era suficiente. Era, ao menos, o que parecia, o que sentia ser.
Ela lhe disse que iria em breve, abandonaria-o, mas seu olhar não lhe comoveu, suas palavras soaram vazias, apaixonadas porém vazias. Como se o que ela tivesse falado fosse mais uma das N notícias que ele lê todos os dias sobre distintos tópicos nas variadas revistas que adquiri...
Talvez ele não tenha absorvido a idéia, como alguns artigos que devem se perder no cerébro após lido.. como mais um.
Ela quis lhe propor partir com ela. Pensou nisso horas a fio, e teve certeza: lhe faria a proposta, ainda que ele lhe apresentasse centenas de estorvos e metade deles procedessem, ainda que ela soubesse da impossibilidade próxima na realização do plano... ainda que, ainda que... ela lhe convidaria: "Vamos?!"
Só para ver sua reação. Até onde ele iria?
Porém, lembrou-se de como reagiu após a 'velha novidade'. Percebeu que era uma manobra arriscada demais. Outrora apostara alto em um jogo perigoso, acabou tudo bem, mas por um triz o tiro não saiu pela culatra; talvez tal sorte não se repetisse.
Ela percebeu, finalmente, que ele lhe deixou medrosa. Seu jogo perigoso lhe deu agora medo, e ela queria um urso de dormir para abraçar e ouvi-lo lamentar que a noite acabaria e ela partiria para nunca mais.

26.10.08

Mais uma noite de delírios. 
Ás vezes acho que não vou aguentar, mas eu acordo com o amanhacer do dia e descubro, obviamente, que consegui; aguentei todo o frio que senti, toda ânsia que tive, toda dor que agonizei..
É sempre assim. Sempre acontece e eu repito como se não soubesse como vai acabar. [2]
Sou assim.
Mas não é meu defeito, é só minha intolerância, resposta do meu corpo às porcarias que engulo. 
No entanto, embora seja algo relativamente sério, meu adjetivo negativo ainda não é esse. Minha imperfeição é não saber fazer massagem, não saber cantar, não permanecer sóbria. Eu erro por não entender o que você canta, por não responder quando você diz que gosta de mim, por não te contar meus lindos sonhos e as coisas que eu já vivi. Eu erro só por querer que você seja meu, mesmo entendendo que ninguém pode pertencer á outro.
Eu errei por chamar seu nome a noite toda, por pedir para que você parasse de beber, por ter o sonho que tive. Você não sofreu acidente algum, está bem, intacto. E eu não vou chorar sua perda, graças a Deus.
Mas sou assim. Imperfeita. Sem massagem, sem pensamento rápido e falas propícias. Sou só eu, com meus joguinhos de sedução e essas bobagens todas, que trago um pensamento otimista, um coração inchado (transbordante), e noites inquietas, (sou só eu) que não assumo o que já tá na cara há muito tempo; que me calo para não falar demais e falo demais pra despistar você, que eu sei que fica sempre esperando retribuição.
Sou só eu que sou assim, e sou só eu que sinto tudo que digo e as coisas que não digo também.

20.10.08

Se fosse só essa leve tristeza... mas não é. Quando estamos á beira do abismo nos lembramos de mais e mais motivos para pularmos, não para darmos um passo para trás. E depois de lembrar alguns, só alguns, motivos pulamos nesse poço de tristeza e confusão.
E é frio, frio e escuro.
"A solidão é meu cigarro
Não sei de nada e nem sou de ninguém."


19.10.08

Brasileiros do Brasil x Brasileiros do mundo.

O que pudemos acompanhar nessa edição da copa de futsal foi: Brasileiros do Brasil jogando contra brasileiros do mundo afora. 
Não há erro em afirmar isso, não há redundância também. Pode-se dizer 'se é brasileiro, claro que é do Brasil'. Mas o que diz-se a respeito dos brasileiros espanhóis? Marcelo, Daniel... O que diz-se dos brasileiros italianos? Um time inteiro, oras.
Nada! não se diz nada. Craques - como Falcão ou não -  são, certamente, jogadores muito bons, e por isso foram convidados a jogar em uma seleção; mas aceitaram porque precisam vestir seus filhos e educá-los. O que faço não é uma crítica, só uma análise. Um pensamento.. 
O que era que o Marcelo pensava após os pênaltis essa manhã? Porque chorava tanto? Foi pelo segundo lugar no campeonato ou por ter pedido para os filhos do solo da mãe gentil, como ele?
Foi por inveja. Inveja da vitória que os brasileiros do Brasil desfrutavam. Mas será que lhe importava que fossem brasileiros?
Se importava eu não sei.. Se ele queria era defender a pátria amada ao invéz de se submeter ao papel de defender outro país também não sei. Mas na disputa Brasi x Brasileiros ganhou foi a nação. Porque bem ou mal, como diz o poeta: "O melhor do Brasil é o povo brasileiro."

18.10.08

Eu tentei escrever uma história. Desde cedo estava com aquele último pedacinho na minha cabeça, acordei pensando nisso: "E então comi o macarrão que havia preparado para nós sozinha, e ele? Dele eu não sei mais, deixou-me aqui, sozinha, á luz de velas com um macarrão frio." E pensei nesse mesmo trecho durante o dia, pensando o que poderia ter acontecido antes. Quantas estórias e histórias fantásticas poderiam ser contadas para ilustrar o motivo de ela estar jantando sozinha na noite em que havia preparado tudo para os dois? (Quantas histórias e estórias fantásticas eles nos reservam?)
Ia escrever sua histórinha, sem final feliz, mas era uma histórinha. Apaguei ainda no começo. Não sei inventar e escrever dá muito trabalho: Tem que organizar as palavras de modo a soarem bem, parecerem bonitas - o que não são (afinal Uranusfobia é uma palavra nobre quanto Prazeroso, ou Beleza). Pra narrar nós precisamos entrar em detalhes, dizer as cores das cortinas e da cinta-liga que ela comprou - é, ela comprou uma cinta-liga e o cafageste não apareceu! - e eu não gosto de detalhes, são tão dispensáveis, desprezíveis! 
Pra mim, ela tinha perfumado a casa com essência de jasmim e tinha trocado as cortinas da casa toda, no quarto colocou as roxas, mórbidas mas sensuais. Como o vestido que usava um vestido simples preto, de alças finas, decote em V, que ia até as canelas, estava descalça, e esperava por ele vendo fotos e brincando com os pés no tapete da sala. Esperou por ele muito tempo, começou a chover, e ela viu mais fotos... 
Vê? Não! as fotos não! Os detalhes.
Se eu não tivesse dito a cor das cortinas você, que lê, ia pensar na cortina que acha mais bonita - talvez não seja a roxa. Se não tivesse explicado seu vestido você pensaria no vestido mais sensual possível, não nesse preto que lhe esconde as pernas por completo.. Talvez pensasse em algo vermelho, de renda, curtíssimo e com um decote enorme. Salto alto, fino... Mas não pense isso.
Minha personagem é simples, não é fantasiada como essas palavras, que parecem nada dizer. 
Ela não usa maquiagem forte, nem roupas extravagantes, não arruma o cabelo pra sair de casa nem todos os artifícios que as mulheres comuns têm o hábito de usarem. Ela só sabe ser ela, nada mais que isso.
E aquela noite era, de algum modo, especial. 
A chuva ficou mais forte, acabou a energia e ela teve que parar de ver as fotos. Velas. Jantar á luz de velas, que romântico! Isso se ele vier, é claro. Acho que ele não vem mais. 
Ela esperou por ele durante horas e ele não veio.
Não sei o motivo de ele não ter chego, não sou boa com inventar e fantasiar as coisas. Sou simples, entende? 
Mas sei que findou a histórinha com ela comendo sozinha o macarrão que tinha preparado para os dois, sem saber dele, com a compania de uma vela que olhava para ela e pensava: Sua idiota!

16.10.08

Os imortais.


"Pai, Afasta de mim esse cálice 
de vinho tinto de sangue."
"Espere sentado, ou você se cansa, está provado:
nunca alcança."
Quem mata?

"Viver é melhor que sonhar, eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também  sei que qualquer canto é menor que a vida de qualquer pessoa."
Quem condena?

"Não Basta o compromisso, vale mais o coração."
Quem pode destruir isso?

"A primeira vez é sempre a última chance."
"E você estava esperando voar , mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?"
"Pra que exportar comida se as armas dão mais lucro na exportação? (...) O senhor da guerra não gosta de crianças"
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você para pra pensar, na verdade não há."
Quem contesta? 

"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la."
"Flores envenenadas na jarra. Roxas azuis, encarnadas, atapetam o ar. Que riqueza de hospital. Nunca vi mais belas e mais perigosas. É assim então o teu segredo. Teu segredo é tão parecido contigo que nada me revela além do que já sei. E sei tão pouco como se o teu enigma fosse eu. Assim como tu és o meu. "
Quem se atreve a cobrá-la sanidade?

"O caminho certo é o do meio."
E nao é?
"É melhor atirar-se em luta, em busca de dias melhores, do que permanecer estático como os pobres de espírito, que não lutaram, mas também não venceram. Que não conheceram a glória de ressurgir dos escombro"

"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você"
"Todo coração em caos traz uma estrela cintilante "

Quem é que se atreve, agora, a dizer que eles morreram? Quem é pode chamá-los de mortais? 
Morre o corpo, desintegra-se. Mas o que importa, continuo dizendo, é a idéia, as escolhas! Não somos o que parecemos ser, somos o que dizemos, onde andamos, o que fazemos etc.
Ninguém pode matar o que digo, e se tiver boas idéias ninguém poderá esconder também. Eu posso ser tão imortal quanto qualquer ser humano que ainda tem coração pulsante, ou não.

14.10.08

E agora eu tô assim. Tanta coisa mistura dá nisso, nessa embriaguez sem tamanho. Cerveja, saudade, cigarro, risadas, violão e truco. 
Carência. Mais uma vez.
Eu, mesmo entre tantos, me sentindo sozinha. Não queria nada de ninguém; desejei colo de alguém. e há diferença entre essas sentençãs. Há diferença em quase tudo que digo. O antes e o depois. O agora e o nunca mais.
Meu futuro eu não sei, ele está no nunca mais. 
Mas agora tudo que eu mais queria era um urso de dormir, um lugar para me aninhar, uma mão pra fazer carinho. Eu só queria era alguém comigo. 

12.10.08

Me ame agora, mas ame de verdade. 
Ame como se eu fosse a única, agora e sempre. 
Me ame para todo sempre, até o fim.
Se você me amasse só isso bastaria. 

11.10.08

12 anos.
"É tão estranho Os bons morrem jovens Assim parece ser Quando me lembro de você Que acabou indo embora Cedo demais.  Quando eu lhe dizia: "- Me apaixono todo dia E é sempre a pessoa errada." Você sorriu e disse: "- Eu gosto de você também."  Só que você foi embora cedo demais  Eu continuo aqui, Com meu trabalho e meus amigos E me lembro de você em dias assim Um dia de chuva, um dia de sol E o que sinto não sei dizer.  Vai com os anjos! vai em paz. Era assim todo dia de tarde A descoberta da amizade  Até a próxima vez.  É tão estranho Os bons morrem antes Me lembro de você E de tanta gente que se foi Cedo demais  E cedo demais Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis Só não aprendi a perder E eu, que tive um começo feliz Do resto não sei dizer.  Lembro das tardes que passamos juntos Não é sempre mais eu sei Que você está bem agora Só que este ano O verão acabou Cedo demais." (Renato Russo/ Marcelo Bonfá/ Dado Vila-Lobos)

8.10.08

Aos qüatorze anos existem dois tipos de jovens: Os que não pensam na morte e os que só pensam nela.
Eu era das que não pensavam. E vivi o melhor ano da minha vida. O mais cheio de emoções, de todos os tipos. Amores, sexo, álcool e os grandes amigos que transpõe o tempo.  Hoje, que eu penso demais, nada disso me impressiona mais. Agora equilibro pensar em amanhã e pensar em agora. Mas hoje pensei no passado. Nostalgia. 
Não olho com arrependimento para nenhum de meus passos, mas vejo hoje, com desdém a tantas coisas que antes eram importantíssimas. Realmente o tempo voa. Lembro das minhas primeiras vezes: Primeiro beijo e namoradinho, primeiro porre, primeira tragada... Primeiro amor.
Amei tão grande, tão caro. Continuo amando. Aprendi algumas coisas com o passar do tempo, só não aprendi a não amar.
Um dia acordei e disse: Farei com que ele se apaixone por mim. E eu consegui. Aprendi a conquistar, seduzir; só não lembrei de me prevenir, afinal para tudo que age uma reação de igual teor será produzida. Entenda o que quiser. Mas aconteceu; eu sei como é.
  
 
   















Já aconteceu antes. Quantos anos eu tinha da primeira vez? Sete, oito? 
Hudson.. eu com minha saia de botão azul, e ele com um espelinho no tênis. Irônico! Parece que meu gosto pelos canalham vem de cedo; E depois? quantos mais? 
Um, aos 11, Bruno. Um aos 12, Douglas... 13, 14, 15, 16 e 17 em sete dias. Quantos foram?
Quantos deles pensavam na morte? Eu não pensava. Até os 15 nós achamos ser imbatíveis,puro hedonismo . Agora,  sei que não sou imortal, e que cada baforada é alguns segundos a menos; que cada gole é uma célula afetada; e cada manhã é um novo desafio. 
Será que é hoje que vai acontecer? Não foi ontem, nem antes de ontem, nem nenhum outro dia anterior... é mais possível que seja amanhã, já que não foram os dias que já passaram. E não foi hoje também. 

Sempre achei essa coisa toda de embriaguez muito romântica, tipo o Cazuza com 'meus heróis morreram de overdose'; Essa percepção de depender de alguém por alguns momentos, de não lutar contra nada nem ninguém, do sensacionalismo provocado por isso fazendo com que sentimos tudo maximizado, alongado; sentir-se inteiramente entregue, amolecida, corajosa, isana. Você! 
Mas a que preço?
Não importa.
Só passaram-se dois anos desde os quatorze (três em sete dias), eu me sinto no direito de viver achando ser imortal; cometer os maiores erros de todos, adquirir vícios que me matem aos quarenta, ou abandoná-los aos vinte e cinco. Só não posso me poupar de viver agora, afinal pode ser acontece amanhã. 

6.10.08


Gostaria que nesse momento meu telefone tocasse. 
E fosse ele. Com a voz notavelmente angustiada dizendo que está sofrendo por não me ter a seu lado. Dizendo sem intenção nenhuma, só pra contar, me informar como vai passando.. 
Queria que ele me ligasse agora e eu o ouvisse dizer: "Larga tudo e vem pra mim" mesmo sabendo que eu não largaria e que isso só faria minha dor machucar mais. Mas ele poderia ligar. Dizer, finalmente, que me ama ou só que está apaixonado e sentindo profundamente a falta do meu cheiro. 
Cigarro e perfume; desodarante e shampoo; suor e cerveja?  Não, nada disso.. Meu cheiro. O cheiro da minha pele que, mesmo mudando de perfume, ele deve conseguir identificar a metros de distância.
Só queria que ele respondesse e-mails, dizendo que eu estou enganada, que é totalmente leal á mim e que também adoraria findar seus dias, todos, em minha presença... Mas não responde. Só diz que é emocionante o que  falo, e que sempre foi sincero. Sincera eu também fui, também sou. Á minha maneira, mas sou.
Sou o que sou; e estou agora sentindo uma falta tremenda do gosto das N coisas que poderiam me ser proporcionadas e não são por estar longe demais. Meus sonhos lúcidos, que madrugadas adentro venho tido, não são suficientes. Eu sou grande demais para tão pouco; sonhos tão reais, me tiram o sono, a paz. E ainda tem ela para ajudá-lo nesse papel de me agonizar. 
Mas só me incomodam, ambos. Não liga, não responde e-mail, nem diz que sofre sem mim. Isso é porque certamente não sofre, porque não quer ligar, ou porque não tem nada a contestar sobre o e-mail enviado. 
Isso é só porquê mais uma vez eu faço papel de besta na história toda.. Porquê mais uma vez vai ser igual.

_
Apropósito: Senhor anônimo, me dê o direito á resposta, por favor.

4.10.08

Despedida de um amor.

Sim, o mesmo título.

Porque mesmo quando a gente pensa que vai durar pra sempre não dura. E essa é a maior de todas as nossas tolices: pensar que dessa vez vai ser diferente. Não vai. Tudo é formado por ciclos, começa, desenvolve e acaba. Mesmo que por vezes esse ciclo seja muito confuso, e não possamos entender muito bem onde começa ou como se desenvolve, é certo que há o fim. 
Até as coisas que parecem ser as mais especiais de todas, um dia, mostram-se iguais e acabam iguais, deixando os mesmos remorços e/ou arrependimentos. A culpa é minha, mais uma vez.

Minha essência é confusa demais, é difícil demais, e a dele também. Ele é uma mulher de Tpm todos os dias da vida dele: Inconstante - ora deprimido, ora nervoso, ora sarcástico. 
Homens são simples, fáceis e objetivos. Mulheres é que são complicadas, questões hormonais e etc. Mas ele não. É um homem que complica como mulher, que me complica por ser assim. 
Eu não sei lidar com mulheres. Sou uma garota que age como um homem. Que não repara em cortes novos, moda, ou pequenos detalhes em geral, que não chama por nomes carinhosos, sou uma mulher que depois vira e dorme, sem nem querer saber de nada ou de ninguém. 
Era pra dar certo: Um homem mulher, uma garota homem. Mas não dá. Não deu.
Eu não perco minha essência feminina de chorar, me sentir carente ou querer um pouco de atenção; Ele não perdeu esse jeito superior que os homens desenvolvem quando resolvem ser arrogantes.
Mais uma vez eu perdi, e perdi muito, quase tudo. E oposto ao que ele diz: não, eu não saio sempre por cima, acontece que eu sei como eles agem, e aprendi isso a fazer como eles; parecer superior, como eles fazem, parecem mas não são. 
Mas dessa vez, querendo ou não, foi diferente; Eu sai por baixo, e não vou me reeguer nesse aspecto. Em tudo que há vida é necessário alimento, e estímulo, para que aja força para continuar mas ele não alimenta mais nada, eu não recebo força, não há estímulo de parte nenhuma. 
Eu tentei e não vou carregar a culpa de não tê-lo feito. Posso até ser responsável pelo fracasso, mas tentei. 
"Minha vida continua mas é certo que eu seria sempre sua" (8) 

29.9.08

Dormia. 
E eu sobre seu corpo me deitava.
Acordava com um beijo nos lábios, uma mordida na orelha...
sentia os poros da língua descendo por seu tórax: barriga, umbigo. 
Ílio, ísqueo e púbis, quadril. E voltava a subir. 
Pele macia, língua áspera. Era tudo que sentia além das mãos deslizantes.
Cabelo, nuca, pescoço. Costas, cintura, quadril, pernas.
E assim ia. Nesse vai e vem. Vai e vem.
Língua, mãos, lábios.
Até que deixou-se levar e passou a retribuir o carinho.
Passei a sentir também. 
e assim continuou. 
Língua tão macia quanto a pele, as mãos pareciam virgens. 
Como a quem pertencia os braços que as carregava. 
Suas mãos. Mãos de artista. E nisso tudo eu via romance.
Ainda sobre seu corpo. 
Lábios, língua, poros, pele... 
Embora não fosse o desejável continuamos em silêncio; era isso que o ambiente exigia. 
A cama ao lado estava ocupada, e não queríamos interrupções.
E em silêncio continuamos. 
Até que adormeceu novamente. Adormeci sobre seu corpo que parecia já sem vida, esgotado.
Roubei-lhe todo desejo, todo prazer e retive a mim.
Agora seu melhor era meu.

então acordei.
mais uma alucinação na madrugada. só mais uma.

28.9.08

Mas o morno não satisfaz;
Ou quente, que é pra arrebatar
ou acaba-se logo por esfriar.
Mas versos não são pra mim
Eles são sempre insossos. 
Insossos e mornos. 
E não há vão entre o ótimo e o ruim
A perfeição é regular, e por estar completa, e pronta não exige busca de melhoras. 
Meus versos são mornos.
Minha prosa não. Ou é quente ou é fria. Por isso alterno agora.
Entre frio e morno. Não mais a opção do quente.
O quente de mim não quer mais de ser de mim, não quer mais ser meu. Continua quente, mas longe. Tira-se de mim. Suicida-se. 
Mata-me.
Mata-nos.
Eu não o tenho mais.
Como a poesia, tão primária e tímida que há tempos fazia.
Como a esperança que antes trazia. 
E que agora não há mais. E se há.. Oh! Quão tênue é sua existência dentro de mim. Perde-se em meio a sentimentos covardes. Vergonha e medo.
Mas o dia chega, ele chegará. E não está longe agora. 
E na hora, sei que todos essas pobrezas desaparecerão. Pelo menos é assim que eu quero acreditar que seja.  
Tudo bonito. Imperfeito e certo.
Mas para que tudo se resolva, só preciso de você por perto.

Tão morno.. 
Quero é minha prosa. Minha prosa Quente;

24.9.08

Medo.
Agora é o que sinto. 
Me envergonho de me sentir assim, claro! É sempre esse sentimento besta de insegurança e desconfiança que faz com que não alcemos os vôos mais altos, ou busquemos desafios maiores.
Estou amedrontada, como criança no escuro. Sinto vergonha, agi erroneamente. Amassei uma folha de papel e joguei no lixo pensando em reescrever o que havia começado naquela folha anterior, mas agora a história não quer mais ser escrita. Temo é pela definitividade. Por aquilo que se estagna, tenho ciência de que não estou nessa parada circulatória. Temo que seja pra sempre. 
Que agora seja diferente.

Via antes pequenos momentos regidos de amor e grandes sonhos. Agora só enxergo momentos entre a penumbra de um sonho possivelmente frustrado. 
Mas agora, como que num momento de devaneio, eu consigo ver tudo como antes: Límpido, sem penumbra alguma, nem essa sombra que parece querer chegar e cobrir toda minha visão do que há de mais bonito. Não quero perder esse sonho. não mais esse. 
Eu vejo-o em mim. Como necessidade. Mas agora parece querer rematar toda essa coisa que existe nesse grosso vão entre nós. Eu Temo pela distância definitiva, pela falta que há de fazer, pelos pesadelos que hão de me perserguir, pelos sábados todos...
Não temo pelo desconhecido, e sim por aquilo que já sofri.
Eu sei da minha dor, e só eu sinto-a com a mesma grandeza de que amo todas e quaisquer coisas que possuo o mínimo afeto que seja.
Eu sou covarde e o que eu quero agora é mais momentos de devaneios, de embriaguez e de qualquer coisa que me tire esse medo. Que me esconda... 
Temor é o pior verbo que já tive o desprazer de conhecer e, por auto-experiência, saber como se conjulga, especialmente em primeira pessoa. 

23.9.08

Ás vezes o joguinho cansa, e o que a gente quer é saber de verdade. Saber A verdade. Isso é muito importante. Não sempre, claro. Vez ou outra só essa coisa de olhar e sorrir de canto já é suficiente; só ter alguém pra conversar e dar um beijo satisfaz... mas depois?
Chega uma hora que só isso não dá. Preciso(amos) de mais. Precisamos da verdade. Que não é lá tão complicada. As pessoas complicam, mas não precisava. É simples demais jogar limpo, falar a verdade. Contar mentiras é mais difícil, tem que lembrar o que disse e pra quem disse, tem que lembrar até de como foi dito. 
Mas as pessoas têm medo da reação das outras quando manifestam suas reais intenções.. e com toda razão. O mundo é hipócrita: todos buscam o que querem, e quando os outros estão buscando realizar seus desejos são taxados disso ou aquilo...



Chover para dentro. é isso que acontece. O maior frio não é aquele que faz nevar da janela pra fora, e sim aquele que congela o coração... que esfria o espírito. 
Somos todos máquinas de magoar. Tentamos acertar ás vezes, tentamos fazer o justo, ajudar, conquistar.. mas só magoamos. Até quando eu penso que agindo contra vontade vai melhorar a situação eu estou enganada e só pioro tudo. Como um stigma, uma maldição!
Eu achei que ficaria tudo bem. Que abrindo mão do melhor de mim a situação se resolveria e acabaria bem. Mas eu estava errada. O melhor de mim tornou-se de longe um inimigo, e a situação que eu pensei que tenderia a melhorar desandou como um bolo que sai do ponto e embatuma. 
Ou seja, mais uma vez eu estraguei tudo que estava relativamente bem!

"Meu amor, eu preciso te dizer uma coisa, 
não é boa, nem má, é uma coisa, 
que acontece comigo:
que eu só sou sentimental quando eu me fodo." (8)

21.9.08

momento piegas. de novo.
eu, com meu chá de maçã e canela, apreciando esse friozinho que estranhamente chegou á essa terra, sentindo falta só de um corpo pra me aquecer. seu corpo. que ainda agora esteve comigo;
E eu, agindo como um garoto, como sempre, não prestei atenção nos pequenos detalhes e perdi muito dele. Talvez isso sempre aconteça e eu não perceba, talvez eu esteja perdendo coisas dele por ser como sou. Não queria perdê-lo assim, sem ter aproveitado o máximo de todos seus melhores adjetivos, ter conhecido e explorado cada ponto fraco e ter vivido, minimamente, os baixos.
Não vou fazer, com ele, os mesmos passos erroneos de antes, mas quero cometer os mesmos adoráveis erros que me fizeram minimamente feliz, porquê sei que se já fui feliz de algum modo ele pode multiplicar isso e fazer ficar ainda mais intenso[!]

20.9.08

2 de todos, até o fim (Caldo)

Não devia ter ficado pensando tanto nela, ela já entrou na minha mente, agora vai dar trabalho pra sair. Acho que o único jeito de tirá-la daqui é falando, preciso contar tudo sobre ela para que assim não reste mais nada na minha cabeça e eu possa viver em paz.
Não que eu já tenha vivido em paz alguma vez, mas, ultimamente, ela tem me perturbado muito! E estou prestes a enlouquecer; E eu tenho que me esvaziar dela pra poder viver de mim. Óbvio! como poderia eu, viver dela, se não a sou? Ou sou? Ou poderia viver mesmo não a sendo?
Ela é cheia dele, aquele maldito, e vive. Mas não.. nem vou pensar nisso. Pensar nele me cansa, me deixa nervosa. Mas e ela? Ela não.. só me enxe. Mas é hora de esvaziar-me:

Essa noite eu tive um sonho. Ela estava nele, e eu a salvei. Arrisquei minha vida para salvá-la. E entre mortos e feridos, todos se foram, exceto ela.

Havia uma piscina que enchia e esvaziava gradativamente, e em sequência exata de tempo. Alguns simplesmente vestiam roupa de banho e mergulhavam naquela piscina de formol, quando o nível baixava de novo haviam grandes cactos, e a pessoa que tinha acabado de mergulhar estava preso á ele, agonizando o último fio de vida, até a morte - que não demorava a chegar.
Como Zumbis, outros e outros pulavam, e nadavam, e água descia, e lá estavam eles presos aos cactos, mortos. E mais um, e mais uma, mais uma, mais um... muitos foram. Quatorze ao todo. Os cactos formavam um retângulo com linhas e colunas perfeitas, e ordem e distância exatas. De 3x5. Faltava um cacto; Em todos os outros jaziam corpos pendurados enquanto o líquido descia e subia, descia e subia...
Lá se foi ela. Pulou de biquini vermelho e blusa preta. Daquelas regatas e bem coladinhas que ela sempre usa... Mergulhou fundo como se não visse o que tinha dentro da piscina e nadou... enroscou-se, como todos os outros, no cacto; o último cacto. Era ela quem faltava para completar aquilo, seja lá o que o fosse.
Quando a água baixou eu a vi, quase morta, agonizando..
Num ímpeto de heroísmo eu pulei na piscina, mesmo sem saber nadar, eu nadei até ela. A tirei de lá. E antes que sua vida fosse dissipada por completo eu dei ar á ela. Ela Viveu. Sua existência não foi aniquilada, e depois que o susto passou ela sorriu pra mim, ainda deitada. Quando nos levantamos, sem acreditar em tudo que tinha acabado de acontecer, vimos a destruição por todos os lados.
Eu arrisquei minha vida por ela, mas a salvei. Nós sobrevivemos, só nós, de todo o resto..

Simbólico não?

17.9.08

1 de tudo, até o fim. (Caldo)

Hoje vou começar. E vou começar assim, do nada, que é pra assustar quem chega só agora. E fazê-los ir logo embora. Assim poucos saberão sobre ela.

Vou falar que é pra extravassar essa coisa reprimida, coisa que eu nem sei o que é. Só sei que tem algo dentro de mim e está prestes a explodir; quer sair... Como um filho, que a mulher deixa crescer em seu útero e cuida dele, pois faz parte dela, e depois de nove meses ela tem que apresentar-lhe ao mundo. Está na hora de eu apresentar o mundo á isso que há muito me incomoda.
Eu preciso mesmo é me desligar das outras coisas, tomar um café e tentar pensar só nela, para que possa falar bem, falar direito. Á sua altura.

Ela que me irrita profundamente, porque ergue a sobrancelha num jeito prepotente, com um olhar não sei se malicioso, ou desafiador, ou ambas as coisas ou nenhuma delas... faz como ele.
aquele seu amor platônico que ela não alimenta, mas que insiste em desenvolver-se. Esse seu amor deve ocupar pouquíssimo espaço em seu coração, ele deve estar cheio demais daqueles seus pensamentos e desejos pessimistas e cruéis consigo mesmo. Mas não adianta falar. Ela sabe o que faz, mesmo quando o faz involuntariamente, entende o que faz.
Pena não ter consciência de seu sorriso. Seu sorriso é tão lindo, e ele é interior. Eu percebo que ela sorri por dentro a todo momento. Não entendo porquê não sorri de verdade, mas aproveito quando mostra sua arcada dentária. Aproveito o máximo que posso.

Meus dias estão se extinguindo, mas enquanto eu os tenho vou observá-la de longe. De longe que é para que ela não perceba e se mascare novamente. Tá aí: mais uma coisa que me irrita nela, ela sempre tenta ser o que não é!
Porquê não se contenta em ser uma menina de sapatos vermelhos e sorriso bonito?
Não..! ela quer dispensar seu sonho de trabalhar na tv para fazer engenharia. Por quê? Porque dá mais dinheiro? Porque quer ser como ele?
Ele. Ah! ele de novo. Parece que em breve eu também estarei apaixonada por ele, porque sempre que penso nela lembro-me, simultaneamente, dele. Aquele maldito! É ele quem a deixa assim. Se eu pudesse matava-o. Mas ela morreria. Como pode? Ela é como ele. Uma cópia quase que fiel de 'su matador'.
Como ela vai ser virar sem ele quando seus dias se findarem?
É isso! Por isso ela abre mão de seus sonhos, para viver os dele, e viver com ele. Mas isso nem ele sabe.
Sabe erguer a sobrancelha, sabe ser prepotente, sabe ser como ela. e ela ele. São gêmeos, que se odeiam; mas ela o ama.
Como pode caber dois extremos sentimentos no mesmo coração e dirigidos á mesma pessoa?
Pode? Claro que pode. Ela pode qualquer coisa.
Ser atriz, diretora, professora de física ou prostituta. Ela só não pode é ser igual. Não dois dias seguidos.

Ela é como eu. Com essa mesma gana de fingir.
Talvez não exista nada que ela faça melhor que fingir. Finge o tempo todo. Fingia.
Não finge mais. Não corre mais. Não luta mais. Sabe o que é, e sabe o que quer. Só não sabe se quer querer. Mas tem a consciência do que faz, cada mínimo detalhe é de seu conhecimento.
Já eu não. Eu que vivo, também, tentando boiar em minha piscina, que é tão profunda e de tanta profundeza evito mergulhar. Não sei nadar, como posso fazê-lo em mim? Não faço. Ela sim:
Nada nela, nada em mim. Nada em qualquer um e em todos.
Chega dela. Chega disso.

15.9.08

é em momentos assim que eu me lembro porque tento, ás vezes, me esconder;
tem gente que diz estar do seu lado, mas não dá pra ter certeza. nem eu estou comigo, como posso cobrar dos outros o que eu nem eu posso me dar. simplesmente não posso.
fico andando em círculos. tentando traçar logo uma linha, sem fim. um caminho bem longo, onde eu nem possa ver como acaba. mas não consigo, ando em círculos, e círculos, e círculos... vou ficar zonza e cair logo. vai ser inevitável.
vou cair por estar zonza. e sozinha.
provavelmente de tanto andar em círculos eu cave um buraco com meus pés e caia dentro dele. vou cavar minha cova e me jogar dentro dela. sem terra, sem funeral, sem flor, nem tristeza. vou morrer como morreram todos meus amores. sem glória e sem choro. morreram repentinamente, como se fossem só mais um, mas foi, certamente, o mais importante de todos.

mas tudo bem..
meus amores são como moças cobertas por vestidos de chita e chinelo de dedos. meus amores têm o mesmo glamour que essas pobres coitadas têm, e o Sexy Appeal de uma senhora de bobes no cabelo ao acordar no meio da madrugada com a mulecada fazendo estripulia em frente sua casa. e da forma como eles são eles morrem, vão minguando, minguando... e morrem.
é como se dentro de mim existisse um veneno. quando as pessoas atingem certo ponto em meu coração, o ponto mais profundo, eles mergulham nesse veneno e voltam á superficie já fracos, e vão gradualmente morrendo.
morrendo, morrend, morren, morre, morr, mor, mo, m....
eu não tenho culpa.
não sei controlar a produção desse veneno.
acho que o ideal é manter meus amores em um lugar mais seguro, meio que superficial. longe desse tal veneno que possuo. morte lenta.

Viúva negra.
Acaba com seus parceiros. Libera sua toxina, seu veneno. Destrói, mata.
Fim.

Mas eu perdôo. Eu posso perdoar qualquer coisa. Eu simplesmente preciso de alguém, e essa minha mania de sempre achar que todo cara é o único que existe me fode a vida!
Eu preciso ter alguém pra me tirar a carência; porque quando estou andando pela rua faço meus braços darem uma volta em meu corpo, como um auto gesto de carinho. é só disso que eu preciso: de carinho. preciso dar e receber.
E essa minha carência atrapalha minha dureza. Aquela mesma dureza que todo mundo tem que ter pra se proteger do mundo.. aquele escudo. Ah! você sabe do que eu estou falando. Dessa mesma máscara que todos os dias vestimos com a roupa depois do banho da manhã para sairmos de casa. Essa mesma coisa que te faz pensar antes de falar, que te faz racionalizar antes de sair gritando todos os nomes 'mais lindos' quando aquele desgraçado faz alguma merda. Que te faz pensar melhor e não agir no impulso.
Minha carência me tira as máscaras; me deixa nua, sem armas, sem saídas, sem nada. eu fico sendo só eu. Pequena, indefesa, coitada... coitada de mim.

Agora me resta o medo. E um certo olhar pra um outro lado. Um lado mais próximo, mais viável. E mais certo do que quer.

13.9.08

Todo sistema tem falhas. Uns mais outros menos, mas todos têm.
Eu acho lindo o sentimento que os terroristas têm, ou são ensinados a ter, não sei ao certo. Mas acho lindo! Eles morrem, de forma literal, pelos ideais que crêem. Isso não é lindo?
Enquanto milhares de pessoas desistem das coisas porque o sacrifício parece ser grande demais eles não se incomodam com o sacrifício. Mesmo que seja ilusão e/ou uma grande mentira, acreditam cegamente e vão até o fim. Até o último suspiro. "Essa é pra você Allah"
Mas, coitados, fazem o que fazem, se explodem com pregos e bombas caseiras, derrubam prédios com aviões e morrem pensando que serão reconhecidos como heróis. Grandes ícones da Guerra Santa. Mas quem é que sabe o nome do cara que pilotava o avião que atingiu uma das duas torres gêmeas? desafio maior: alguém sabe o nome de todos os terroristas que morreram nessa grandiosa operação que marcou a história dos Estados Unidos da América e do mundo?
É.. foi o que pensei.
Mas por outro lado: Alguém sabe o nome do líder da Al Qaeda? É.. Osama Bin Laden. Ele é um cara inteligente, ele é um grande cara! e grandes caras são reconhecidos pelo mundo. Ele não morreu, mas explodiu duas torres. Ele não se explodiu mas todos sabem quem ele é. Um líder.
Líder de um sistema que tem uma falha: Prometem o que não conhecem. Oferecem glória a quem só tem o anonimato além de uma fé enorme. Jogam sujo mesmo; mas afinal: quem não joga?
A igreja católica estabelece regras demais, se contradiz. E afeta assim seu sistema. Dizia na idade média que o lucro não era coisa boa, não aprovavam o comércio, mas vendiam terras no céu. Vendiam a salvação a pobres e á ricos também. Vendia tudo a quem quisesse comprar. Só não venderam explicações. Nos devem isso até hoje.
O meu sistema é bruto, é duro, é quase de aço.
Mas todo sistema tem falhas, todos os sistemas de segurança com câmeras têm pontos cegos.
Eu tenho falhas; quase que impenetrável, minha barreira tem brechas, muitas delas aliás. Pequenos detalhes... tudo aparentemente muito insignificante, mas que pode pôr tudo a perder.
Não posso agir como o que não sou. Eu sou um animal, dito racional, mas animal, e respondo meus instintos. Não á altura de como são, mas eu preciso me suprir de algo, eu preciso de me enxer. Me enxer dele, de você.
O ponto cego do meu sistema é quando fecho os olhos, e me deixo ser invadida.
Todo sistema tem falhas, e as do meu são abundantes demasiado.
Não quero ser falha, mas de todas as coisas que sei fazer, falhar é a que faço melhor.

11.9.08




Ás vezes eu não sei...


É melhor conseguir o fácil e aproveitar mais tempo ou lutar pelo difícil mesmo correndo risco de nunca realizar, ou de não corresponder expectativas ou todos os outros contras que existem em querer demais algo?
Eu sei responder essa pergunta. Mas eventualmente parece que há quem não saiba. Sim, meu sonho, esse é pra você; pode digerir cada palavra fácil que direi de aqui até a última linha. Leia cada letra como se fosse exclusiva, leia tudo sabendo que é pra você, sabendo que eu te amo, e que minha leve ansiedade pelo novo nada tem a ver com o que sinto em sua direção.
O sinto por você tem mais a ver com o sentimento romântico de entrega total, de sonho eterno. É mais relativo ao que age de dentro pra fora, como um fluxo de consciência, que brevemente me tira da realidade e me leva pra você sem que nem percebas.
O que eu sinto é mais correspondente á amor do que a qualquer outra coisa.
Meus sonhos... você, samba canção, rua empoeirada, orquídea, hardcore, café, cigarro, cama, 'eu te amo', nós... meus sonhos. Eu vejo você em quase tudo, sonho a quase todo momento e até as coisas mais realistas eu posso transformar em românticas, eu só preciso de você nelas!
Lê minhas palavras? Você as quer? Eu quero mais! Eu também as domino. Também sei falar, ler e escrever. Fui albetizada quase tão bem quanto você. Não percebe que isso não importa? Não vê que NADA disso importa?
Nossos problemas são outros, nossos problemas não são internos. Ora são questão éticas que nos afastam: moral, bons costumes, princípios...
Agora são questão de física: Tempo & Espaço. Tempo que passa, devagar mas passa; espaço que é atravessado, percorrido. Problemas só são problemas até não terem solução, uma vez que a solução foi encontrada o problema deixa de existir.
Logo: Não temos problemas. Temos ansiedade, temos amor, temos sonhos, desejos. Bem.. eu tenho. Tenho amor, sonho, desejo.. E quero, muito mais que isso, ter você. De verdade. Além das palavras, além dessas meras letrinhas, além de bytes, de ondas sonoras, de lembranças e esperanças. Quero ter você inteiro, nem que seja por rápido momento, quero sentir, de novo, meu coração batendo junto com o seu. Como resposta do meu corpo ao momento. Eu quero sentir você totalmente entregue a mim. Desligado de qualquer coisa fora de mim, qualquer coisa além de nós.
É só isso que eu quero. E é só nisso que eu tenho pensado.
Talvez minha ânsia pelo novo não seja nem comparável ao tamanho do sonho antigo.
O sonho de adormecer e ver seu rosto amanhacendo. Mas dessa vez de verdade.
Não fuja, não minta, não lute, não sofra mais. Eu te amo. E agora é só esperar, esperar só mais um pouquinho. Como você mesmo diz: eu não posso sair dessa vida sem você, meu amor, meu sonho. Dileto.

10.9.08

Ok.. Chega desse romantismo todo.
Chega de todas essas idealização; no meu sonho eu sou tudo que digo ser, sou tudo que quero... mas é só no sonho. Na realidade a minha verdade é outra.
Eu sou sim dependente. De qualquer coisa, de qualquer pessoa.. E gosto de ser assim.
Acho maravilhoso esse jeito como me sinto quando estou 'apaixonadinha', e só uso essa palavra porque não conheço outra que possa descrever melhor essa sensação de andar sorrindo, parecendo uma doida, e mesmo não se tratando dessa paixão romântica que todo mundo atribui quando falamos de sentimentos, de idealização e sonho, não deixa de ser uma paixãozinha, um foguinho no peito, uma ansiedadezinha... Talvez o tempo fizesse todos estes diminutivos virarem 'ãos'.
Mas faz bem pro ego ter alguém que te deseje, que te ache bonita e interessante, inteligente e atraente... Ou que pelo menos finja isso tudo.
A verdade é uma só: Homens precisam de mulheres e mulheres precisam de homens. Cada um para uma finalidade distinta. Mas precisam.
Ninguém pode ser feliz sozinho, muito menos alguém como eu. Eu.. logo eu.
Ai ai! eu sou como sempre fui.. não mudei nadinha mesmo!

8.9.08

ok.. hora de entrar no banheiro, tirar a roupa, ligar o chuveiro e ficar lá embaixo sentindo a água quente cair sobre a cabeça e escorrer pelas costas indo pelo ralo enquanto novas gotas de água fazem o mesmo ciclo.
hora de escrever, ficar nua pra todo mundo ver.
já tive medo de ficar sozinha. medo de me perder em mim mesma por não ter ninguém que me guiasse. tive medo de não ter com quem dormir quando estivesse frio, ou pra conversar sobre como foi meu dia.... sempre tive um medo enorme de que minha carência se tornasse ainda maior por não ter pra quem ligar e gastar meus créditos em três dias.
mas hoje não.
hoje experimento a deliciosa arte de poder ser sozinha. não nego minha carência, minha dependência de precisar ter com quem falar ao telefone. mas agora é diferente... sei como é caminhar e sentir vento nos cabelos, auto estima realmente alta, ondas sonoras de uma música boa vibrando quase 'dentro do meu cérebro'. agora eu sei que posso, e posso sozinha.
eu já fiz coisas feias por medo de perder. já alimentei amores aqui e ali, espalhando pequenas sementes em corações distintos, sem lembrar que desse jeito a colheita seria feita no mesmo período, e assim uma das produções seria perdida. não se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
já fingi estar em dois corações e tê-los em mim ao mesmo tempo sem estar verdadeiramente em nenhum. mas não foi por maldade, disso nem eu sabia.
eu enganei. mas foi por medo. eu tinha medo de ficar só comigo, eu tinha medo de mim, eu era um monstro!

todos os dias eu vou pra cama cheia de pensamentos, sonhos e cansaço. todas as noites, antes de dormir eu penso: hoje ele deve ligar e dizer que me ama. mas não liga, nunca mais ligou.
Talvez ele também só tenha medo de ficar sozinho e por isso ás vezes liga e diz umas coisas bonitas: pra plantar sua semente em mim. talvez ele seja maldoso. Ou talvez não saiba de nada nem sobre mim nem sobre ele. Talvez nós dois não saibamos nada e sejamos crianças perdidas e sonhadoras. É possível sermos exatamente iguais. Ele (imper)feito pra mim, eu o (estereó)tipo dele...
Ele é pra mim, eu sou pra ele. Duas crianças inocentes...
"Vamos descobrir o mundo juntos, baby;
Quero aprender com o seu pequeno grande coração, meu amor[...]"

6.9.08




É muito bom voltar a sonhar. O gosto da esperança é doce, e o amanhacer é mais belo; parece que todos os dias são importantíssimos, e que cada minuto perdido vai interferir drasticamente na realização do meu sonho. Todos os dias são contabilizados como um dia mais perto.. até comer e respirar parece mais importante;Eu vivia procurando um porquê de existir; achei. E agora que encontrei vou me dedicar inteiramente ao meu sonho, buscar o mais longe possível.
Vou me dedicar mais a essa escalada e alcançar o topo para poder ver de cima como as coisas são. Vou subir, sem olhar para baixo para não dar medo nem vontade de voltar para a terra firme, que de longe é o lugar mais seguro para se ficar.
Chega! Cansei do seguro.
Vou subir ao topo da árvore para pegar o fruto mais suculento, o mais bonito, o que me satisfaça mais que todos os outros. Vou subir e subir, mesmo sabendo que quando mais se sobe mais dolorosa é a queda; Sei que a escalada é árdua e longa e por isso mesmo o fruto pode estar podre quando eu chegar lá em cima, tudo bem é um risco que se corre.
Só não quero é carregar a culpa de nunca ter tentado.