19.10.15

Os 24

Há um ano comemorei meu aniversário durante toda a semana.

A Semana Nacional da Jaque começou na segunda feira com uma cerveja gelada no, tão querido, Bené; Na terça, promoção de drink no The Rising Sun; Na quarta, que foi efetivamente o aniversário, saí com minha família e depois bebi com os amigos. Na quinta, a Bruninha, uma queria amiga fez um bolo e bebemos pra comê-lo. Na sexta, comemoramos a chegada do fim da semana e no sábado idem.

Um ano depois meu aniversário caiu na quinta-feira. Na segunda nada, na terça nada, na quarta nada, na quinta pizza com a família, na sexta nada e no sábado três cervejas no Bené com a Ísis e a Tefa.

Queria registrar essa mudança. Onde antes havia festa hoje há amor.
Parece que o tempo que demorava passar, passou de repente. 
Tenho a sensação de simplesmente ter gastado toda vida que tinha. Mas quando digo vida, falo dessa, de sair e beber todo dia. De dormir 3horas por noite e viver bem. De falar alto, conversar com gente diferente, ter assunto todo dia com os amigos. Conseguir achar roupa e disposição pra toda ocasião;

Hoje vejo as coisas diferentes. Tenho outros conceitos.
Não me arrependi. Ao contrário, tenho certeza que teria morrido sem o álcool. Ele me salvou! Em dias tão sombrios, o reflexo da cerveja gelada no fundo do copo parecia uma luz no fim do túnel.
Agora busco outras luzes, o túnel continua um pouco turvo, mas nada que se compare há 365 dias. Tenho estado ocupada o suficiente pra errar minha idade e ter que fazer contas pra descobrir quantos anos faço neste aniversário.






23.5.15

Um relacionamento baseado em beijos no sinal vermelho.

Como na adolescência. Como na virgindade.
Ter apenas aquele olhar tímido e a falta da certeza de que se deve dizer aquilo se pensa. Uma sensação de que vai dar certo. Mas a fala trancada. 

O beijo sela os pensamentos que vem e vão enquanto dirijo. 
O sinal abre.

Engraçado como tudo aconteceu. Uma música e uma pergunta. Não consegui responder o meu Porque não. Foram vários cigarros e vários cds inteiros. E o pensamento longe buscando respostas pra perguntas que nem precisariam existir.

Um beijo no ombro me faz voltar. 
Esse sinal é mais rápido que o anterior.

Percebi que não sei me comportar em público. Não sei me comportar à sós. Não sei como ser casal. 
Tá, na verdade eu devo saber sim. Devo me lembro bem como é que se dá amor.
Essas coisas não se esquecem. Há quem nasça pra amar. Sei bem como se faz. Mas tenho dúvidas da precisão dessa ocasião. Me jogo? 


Qual o plano agora? 
Vou te levar em casa.

Depois de tantas roubadas é compreensível um pé atrás até com o mais incrível dos seres. E me parece plausível colocá-lo nesse grupo. Tantas coisas boas e tanto carinho. A Cada sinal vermelho um beijo cada vez mais íntimo. Um cheiro cada vez mais próximo, e um pouco mais impregnado em mim que da última vez; uma sensação cada vez mais frequente e um arrepio adolescente.  

Me pede pra ficar. Me pede pra descer. 
Não tem mais nenhum sinal vermelho. 
Que desculpa usarei agora?
Não tenho mais nenhuma, nem consigo inventar. É hora de verdades. 
Verdades encontradas em bocas silenciosas e duradouros beijos. 

Me jogo!





15.4.15

Quantos amores me serão eternos?
Quantas noites sofrerei?
Quanto tempo vou passar procurando quem amei?

Quantas juras de amor ainda serão entregues 
A quem nunca mais me pertencerá?

Quanto tempo vai levar?



14.4.15

Da lembrança do que dava foco

E quantas vezes sua voz me sussurrará antes de dormir sem que saibas?
"Eu tentei não desmoronar"
Mas sem que soubesses,  cá estava sofrendo em silêncio. Como, de costume, faço.
Me lembrando do que havia de bom. E questionando, o que é que aconteceu. Porque é partiu. Porque é que não é 'meu'*.





Nota de rodapé 
*'usa-se aqui figura de linguagem. Licença poética e o que mais houver pra explicitar esse pronome de posse, sem que, de fato, ele exista; visto que a posse de alguém nunca recairá sobre o outro.
(Reticências)

27.3.15

do desejo de amar

Quero enfrentar aquele frio na barriga.
Mas quero que seja compartilhado.

Quando seus olhos claros e bêbados me olharem de novo vou colocar o carro na frente dos bois.
Vou usar das suas, tão queridas verdades, pra lhe surpreender com algo que chamo de amor.
Vou transferir pra você a responsabilidade dessa sensação ruim.
Esse jogar sozinho.
Vai ser todo seu.