29.9.08

Dormia. 
E eu sobre seu corpo me deitava.
Acordava com um beijo nos lábios, uma mordida na orelha...
sentia os poros da língua descendo por seu tórax: barriga, umbigo. 
Ílio, ísqueo e púbis, quadril. E voltava a subir. 
Pele macia, língua áspera. Era tudo que sentia além das mãos deslizantes.
Cabelo, nuca, pescoço. Costas, cintura, quadril, pernas.
E assim ia. Nesse vai e vem. Vai e vem.
Língua, mãos, lábios.
Até que deixou-se levar e passou a retribuir o carinho.
Passei a sentir também. 
e assim continuou. 
Língua tão macia quanto a pele, as mãos pareciam virgens. 
Como a quem pertencia os braços que as carregava. 
Suas mãos. Mãos de artista. E nisso tudo eu via romance.
Ainda sobre seu corpo. 
Lábios, língua, poros, pele... 
Embora não fosse o desejável continuamos em silêncio; era isso que o ambiente exigia. 
A cama ao lado estava ocupada, e não queríamos interrupções.
E em silêncio continuamos. 
Até que adormeceu novamente. Adormeci sobre seu corpo que parecia já sem vida, esgotado.
Roubei-lhe todo desejo, todo prazer e retive a mim.
Agora seu melhor era meu.

então acordei.
mais uma alucinação na madrugada. só mais uma.

28.9.08

Mas o morno não satisfaz;
Ou quente, que é pra arrebatar
ou acaba-se logo por esfriar.
Mas versos não são pra mim
Eles são sempre insossos. 
Insossos e mornos. 
E não há vão entre o ótimo e o ruim
A perfeição é regular, e por estar completa, e pronta não exige busca de melhoras. 
Meus versos são mornos.
Minha prosa não. Ou é quente ou é fria. Por isso alterno agora.
Entre frio e morno. Não mais a opção do quente.
O quente de mim não quer mais de ser de mim, não quer mais ser meu. Continua quente, mas longe. Tira-se de mim. Suicida-se. 
Mata-me.
Mata-nos.
Eu não o tenho mais.
Como a poesia, tão primária e tímida que há tempos fazia.
Como a esperança que antes trazia. 
E que agora não há mais. E se há.. Oh! Quão tênue é sua existência dentro de mim. Perde-se em meio a sentimentos covardes. Vergonha e medo.
Mas o dia chega, ele chegará. E não está longe agora. 
E na hora, sei que todos essas pobrezas desaparecerão. Pelo menos é assim que eu quero acreditar que seja.  
Tudo bonito. Imperfeito e certo.
Mas para que tudo se resolva, só preciso de você por perto.

Tão morno.. 
Quero é minha prosa. Minha prosa Quente;

24.9.08

Medo.
Agora é o que sinto. 
Me envergonho de me sentir assim, claro! É sempre esse sentimento besta de insegurança e desconfiança que faz com que não alcemos os vôos mais altos, ou busquemos desafios maiores.
Estou amedrontada, como criança no escuro. Sinto vergonha, agi erroneamente. Amassei uma folha de papel e joguei no lixo pensando em reescrever o que havia começado naquela folha anterior, mas agora a história não quer mais ser escrita. Temo é pela definitividade. Por aquilo que se estagna, tenho ciência de que não estou nessa parada circulatória. Temo que seja pra sempre. 
Que agora seja diferente.

Via antes pequenos momentos regidos de amor e grandes sonhos. Agora só enxergo momentos entre a penumbra de um sonho possivelmente frustrado. 
Mas agora, como que num momento de devaneio, eu consigo ver tudo como antes: Límpido, sem penumbra alguma, nem essa sombra que parece querer chegar e cobrir toda minha visão do que há de mais bonito. Não quero perder esse sonho. não mais esse. 
Eu vejo-o em mim. Como necessidade. Mas agora parece querer rematar toda essa coisa que existe nesse grosso vão entre nós. Eu Temo pela distância definitiva, pela falta que há de fazer, pelos pesadelos que hão de me perserguir, pelos sábados todos...
Não temo pelo desconhecido, e sim por aquilo que já sofri.
Eu sei da minha dor, e só eu sinto-a com a mesma grandeza de que amo todas e quaisquer coisas que possuo o mínimo afeto que seja.
Eu sou covarde e o que eu quero agora é mais momentos de devaneios, de embriaguez e de qualquer coisa que me tire esse medo. Que me esconda... 
Temor é o pior verbo que já tive o desprazer de conhecer e, por auto-experiência, saber como se conjulga, especialmente em primeira pessoa. 

23.9.08

Ás vezes o joguinho cansa, e o que a gente quer é saber de verdade. Saber A verdade. Isso é muito importante. Não sempre, claro. Vez ou outra só essa coisa de olhar e sorrir de canto já é suficiente; só ter alguém pra conversar e dar um beijo satisfaz... mas depois?
Chega uma hora que só isso não dá. Preciso(amos) de mais. Precisamos da verdade. Que não é lá tão complicada. As pessoas complicam, mas não precisava. É simples demais jogar limpo, falar a verdade. Contar mentiras é mais difícil, tem que lembrar o que disse e pra quem disse, tem que lembrar até de como foi dito. 
Mas as pessoas têm medo da reação das outras quando manifestam suas reais intenções.. e com toda razão. O mundo é hipócrita: todos buscam o que querem, e quando os outros estão buscando realizar seus desejos são taxados disso ou aquilo...



Chover para dentro. é isso que acontece. O maior frio não é aquele que faz nevar da janela pra fora, e sim aquele que congela o coração... que esfria o espírito. 
Somos todos máquinas de magoar. Tentamos acertar ás vezes, tentamos fazer o justo, ajudar, conquistar.. mas só magoamos. Até quando eu penso que agindo contra vontade vai melhorar a situação eu estou enganada e só pioro tudo. Como um stigma, uma maldição!
Eu achei que ficaria tudo bem. Que abrindo mão do melhor de mim a situação se resolveria e acabaria bem. Mas eu estava errada. O melhor de mim tornou-se de longe um inimigo, e a situação que eu pensei que tenderia a melhorar desandou como um bolo que sai do ponto e embatuma. 
Ou seja, mais uma vez eu estraguei tudo que estava relativamente bem!

"Meu amor, eu preciso te dizer uma coisa, 
não é boa, nem má, é uma coisa, 
que acontece comigo:
que eu só sou sentimental quando eu me fodo." (8)

21.9.08

momento piegas. de novo.
eu, com meu chá de maçã e canela, apreciando esse friozinho que estranhamente chegou á essa terra, sentindo falta só de um corpo pra me aquecer. seu corpo. que ainda agora esteve comigo;
E eu, agindo como um garoto, como sempre, não prestei atenção nos pequenos detalhes e perdi muito dele. Talvez isso sempre aconteça e eu não perceba, talvez eu esteja perdendo coisas dele por ser como sou. Não queria perdê-lo assim, sem ter aproveitado o máximo de todos seus melhores adjetivos, ter conhecido e explorado cada ponto fraco e ter vivido, minimamente, os baixos.
Não vou fazer, com ele, os mesmos passos erroneos de antes, mas quero cometer os mesmos adoráveis erros que me fizeram minimamente feliz, porquê sei que se já fui feliz de algum modo ele pode multiplicar isso e fazer ficar ainda mais intenso[!]

20.9.08

2 de todos, até o fim (Caldo)

Não devia ter ficado pensando tanto nela, ela já entrou na minha mente, agora vai dar trabalho pra sair. Acho que o único jeito de tirá-la daqui é falando, preciso contar tudo sobre ela para que assim não reste mais nada na minha cabeça e eu possa viver em paz.
Não que eu já tenha vivido em paz alguma vez, mas, ultimamente, ela tem me perturbado muito! E estou prestes a enlouquecer; E eu tenho que me esvaziar dela pra poder viver de mim. Óbvio! como poderia eu, viver dela, se não a sou? Ou sou? Ou poderia viver mesmo não a sendo?
Ela é cheia dele, aquele maldito, e vive. Mas não.. nem vou pensar nisso. Pensar nele me cansa, me deixa nervosa. Mas e ela? Ela não.. só me enxe. Mas é hora de esvaziar-me:

Essa noite eu tive um sonho. Ela estava nele, e eu a salvei. Arrisquei minha vida para salvá-la. E entre mortos e feridos, todos se foram, exceto ela.

Havia uma piscina que enchia e esvaziava gradativamente, e em sequência exata de tempo. Alguns simplesmente vestiam roupa de banho e mergulhavam naquela piscina de formol, quando o nível baixava de novo haviam grandes cactos, e a pessoa que tinha acabado de mergulhar estava preso á ele, agonizando o último fio de vida, até a morte - que não demorava a chegar.
Como Zumbis, outros e outros pulavam, e nadavam, e água descia, e lá estavam eles presos aos cactos, mortos. E mais um, e mais uma, mais uma, mais um... muitos foram. Quatorze ao todo. Os cactos formavam um retângulo com linhas e colunas perfeitas, e ordem e distância exatas. De 3x5. Faltava um cacto; Em todos os outros jaziam corpos pendurados enquanto o líquido descia e subia, descia e subia...
Lá se foi ela. Pulou de biquini vermelho e blusa preta. Daquelas regatas e bem coladinhas que ela sempre usa... Mergulhou fundo como se não visse o que tinha dentro da piscina e nadou... enroscou-se, como todos os outros, no cacto; o último cacto. Era ela quem faltava para completar aquilo, seja lá o que o fosse.
Quando a água baixou eu a vi, quase morta, agonizando..
Num ímpeto de heroísmo eu pulei na piscina, mesmo sem saber nadar, eu nadei até ela. A tirei de lá. E antes que sua vida fosse dissipada por completo eu dei ar á ela. Ela Viveu. Sua existência não foi aniquilada, e depois que o susto passou ela sorriu pra mim, ainda deitada. Quando nos levantamos, sem acreditar em tudo que tinha acabado de acontecer, vimos a destruição por todos os lados.
Eu arrisquei minha vida por ela, mas a salvei. Nós sobrevivemos, só nós, de todo o resto..

Simbólico não?

17.9.08

1 de tudo, até o fim. (Caldo)

Hoje vou começar. E vou começar assim, do nada, que é pra assustar quem chega só agora. E fazê-los ir logo embora. Assim poucos saberão sobre ela.

Vou falar que é pra extravassar essa coisa reprimida, coisa que eu nem sei o que é. Só sei que tem algo dentro de mim e está prestes a explodir; quer sair... Como um filho, que a mulher deixa crescer em seu útero e cuida dele, pois faz parte dela, e depois de nove meses ela tem que apresentar-lhe ao mundo. Está na hora de eu apresentar o mundo á isso que há muito me incomoda.
Eu preciso mesmo é me desligar das outras coisas, tomar um café e tentar pensar só nela, para que possa falar bem, falar direito. Á sua altura.

Ela que me irrita profundamente, porque ergue a sobrancelha num jeito prepotente, com um olhar não sei se malicioso, ou desafiador, ou ambas as coisas ou nenhuma delas... faz como ele.
aquele seu amor platônico que ela não alimenta, mas que insiste em desenvolver-se. Esse seu amor deve ocupar pouquíssimo espaço em seu coração, ele deve estar cheio demais daqueles seus pensamentos e desejos pessimistas e cruéis consigo mesmo. Mas não adianta falar. Ela sabe o que faz, mesmo quando o faz involuntariamente, entende o que faz.
Pena não ter consciência de seu sorriso. Seu sorriso é tão lindo, e ele é interior. Eu percebo que ela sorri por dentro a todo momento. Não entendo porquê não sorri de verdade, mas aproveito quando mostra sua arcada dentária. Aproveito o máximo que posso.

Meus dias estão se extinguindo, mas enquanto eu os tenho vou observá-la de longe. De longe que é para que ela não perceba e se mascare novamente. Tá aí: mais uma coisa que me irrita nela, ela sempre tenta ser o que não é!
Porquê não se contenta em ser uma menina de sapatos vermelhos e sorriso bonito?
Não..! ela quer dispensar seu sonho de trabalhar na tv para fazer engenharia. Por quê? Porque dá mais dinheiro? Porque quer ser como ele?
Ele. Ah! ele de novo. Parece que em breve eu também estarei apaixonada por ele, porque sempre que penso nela lembro-me, simultaneamente, dele. Aquele maldito! É ele quem a deixa assim. Se eu pudesse matava-o. Mas ela morreria. Como pode? Ela é como ele. Uma cópia quase que fiel de 'su matador'.
Como ela vai ser virar sem ele quando seus dias se findarem?
É isso! Por isso ela abre mão de seus sonhos, para viver os dele, e viver com ele. Mas isso nem ele sabe.
Sabe erguer a sobrancelha, sabe ser prepotente, sabe ser como ela. e ela ele. São gêmeos, que se odeiam; mas ela o ama.
Como pode caber dois extremos sentimentos no mesmo coração e dirigidos á mesma pessoa?
Pode? Claro que pode. Ela pode qualquer coisa.
Ser atriz, diretora, professora de física ou prostituta. Ela só não pode é ser igual. Não dois dias seguidos.

Ela é como eu. Com essa mesma gana de fingir.
Talvez não exista nada que ela faça melhor que fingir. Finge o tempo todo. Fingia.
Não finge mais. Não corre mais. Não luta mais. Sabe o que é, e sabe o que quer. Só não sabe se quer querer. Mas tem a consciência do que faz, cada mínimo detalhe é de seu conhecimento.
Já eu não. Eu que vivo, também, tentando boiar em minha piscina, que é tão profunda e de tanta profundeza evito mergulhar. Não sei nadar, como posso fazê-lo em mim? Não faço. Ela sim:
Nada nela, nada em mim. Nada em qualquer um e em todos.
Chega dela. Chega disso.

15.9.08

é em momentos assim que eu me lembro porque tento, ás vezes, me esconder;
tem gente que diz estar do seu lado, mas não dá pra ter certeza. nem eu estou comigo, como posso cobrar dos outros o que eu nem eu posso me dar. simplesmente não posso.
fico andando em círculos. tentando traçar logo uma linha, sem fim. um caminho bem longo, onde eu nem possa ver como acaba. mas não consigo, ando em círculos, e círculos, e círculos... vou ficar zonza e cair logo. vai ser inevitável.
vou cair por estar zonza. e sozinha.
provavelmente de tanto andar em círculos eu cave um buraco com meus pés e caia dentro dele. vou cavar minha cova e me jogar dentro dela. sem terra, sem funeral, sem flor, nem tristeza. vou morrer como morreram todos meus amores. sem glória e sem choro. morreram repentinamente, como se fossem só mais um, mas foi, certamente, o mais importante de todos.

mas tudo bem..
meus amores são como moças cobertas por vestidos de chita e chinelo de dedos. meus amores têm o mesmo glamour que essas pobres coitadas têm, e o Sexy Appeal de uma senhora de bobes no cabelo ao acordar no meio da madrugada com a mulecada fazendo estripulia em frente sua casa. e da forma como eles são eles morrem, vão minguando, minguando... e morrem.
é como se dentro de mim existisse um veneno. quando as pessoas atingem certo ponto em meu coração, o ponto mais profundo, eles mergulham nesse veneno e voltam á superficie já fracos, e vão gradualmente morrendo.
morrendo, morrend, morren, morre, morr, mor, mo, m....
eu não tenho culpa.
não sei controlar a produção desse veneno.
acho que o ideal é manter meus amores em um lugar mais seguro, meio que superficial. longe desse tal veneno que possuo. morte lenta.

Viúva negra.
Acaba com seus parceiros. Libera sua toxina, seu veneno. Destrói, mata.
Fim.

Mas eu perdôo. Eu posso perdoar qualquer coisa. Eu simplesmente preciso de alguém, e essa minha mania de sempre achar que todo cara é o único que existe me fode a vida!
Eu preciso ter alguém pra me tirar a carência; porque quando estou andando pela rua faço meus braços darem uma volta em meu corpo, como um auto gesto de carinho. é só disso que eu preciso: de carinho. preciso dar e receber.
E essa minha carência atrapalha minha dureza. Aquela mesma dureza que todo mundo tem que ter pra se proteger do mundo.. aquele escudo. Ah! você sabe do que eu estou falando. Dessa mesma máscara que todos os dias vestimos com a roupa depois do banho da manhã para sairmos de casa. Essa mesma coisa que te faz pensar antes de falar, que te faz racionalizar antes de sair gritando todos os nomes 'mais lindos' quando aquele desgraçado faz alguma merda. Que te faz pensar melhor e não agir no impulso.
Minha carência me tira as máscaras; me deixa nua, sem armas, sem saídas, sem nada. eu fico sendo só eu. Pequena, indefesa, coitada... coitada de mim.

Agora me resta o medo. E um certo olhar pra um outro lado. Um lado mais próximo, mais viável. E mais certo do que quer.

13.9.08

Todo sistema tem falhas. Uns mais outros menos, mas todos têm.
Eu acho lindo o sentimento que os terroristas têm, ou são ensinados a ter, não sei ao certo. Mas acho lindo! Eles morrem, de forma literal, pelos ideais que crêem. Isso não é lindo?
Enquanto milhares de pessoas desistem das coisas porque o sacrifício parece ser grande demais eles não se incomodam com o sacrifício. Mesmo que seja ilusão e/ou uma grande mentira, acreditam cegamente e vão até o fim. Até o último suspiro. "Essa é pra você Allah"
Mas, coitados, fazem o que fazem, se explodem com pregos e bombas caseiras, derrubam prédios com aviões e morrem pensando que serão reconhecidos como heróis. Grandes ícones da Guerra Santa. Mas quem é que sabe o nome do cara que pilotava o avião que atingiu uma das duas torres gêmeas? desafio maior: alguém sabe o nome de todos os terroristas que morreram nessa grandiosa operação que marcou a história dos Estados Unidos da América e do mundo?
É.. foi o que pensei.
Mas por outro lado: Alguém sabe o nome do líder da Al Qaeda? É.. Osama Bin Laden. Ele é um cara inteligente, ele é um grande cara! e grandes caras são reconhecidos pelo mundo. Ele não morreu, mas explodiu duas torres. Ele não se explodiu mas todos sabem quem ele é. Um líder.
Líder de um sistema que tem uma falha: Prometem o que não conhecem. Oferecem glória a quem só tem o anonimato além de uma fé enorme. Jogam sujo mesmo; mas afinal: quem não joga?
A igreja católica estabelece regras demais, se contradiz. E afeta assim seu sistema. Dizia na idade média que o lucro não era coisa boa, não aprovavam o comércio, mas vendiam terras no céu. Vendiam a salvação a pobres e á ricos também. Vendia tudo a quem quisesse comprar. Só não venderam explicações. Nos devem isso até hoje.
O meu sistema é bruto, é duro, é quase de aço.
Mas todo sistema tem falhas, todos os sistemas de segurança com câmeras têm pontos cegos.
Eu tenho falhas; quase que impenetrável, minha barreira tem brechas, muitas delas aliás. Pequenos detalhes... tudo aparentemente muito insignificante, mas que pode pôr tudo a perder.
Não posso agir como o que não sou. Eu sou um animal, dito racional, mas animal, e respondo meus instintos. Não á altura de como são, mas eu preciso me suprir de algo, eu preciso de me enxer. Me enxer dele, de você.
O ponto cego do meu sistema é quando fecho os olhos, e me deixo ser invadida.
Todo sistema tem falhas, e as do meu são abundantes demasiado.
Não quero ser falha, mas de todas as coisas que sei fazer, falhar é a que faço melhor.

11.9.08




Ás vezes eu não sei...


É melhor conseguir o fácil e aproveitar mais tempo ou lutar pelo difícil mesmo correndo risco de nunca realizar, ou de não corresponder expectativas ou todos os outros contras que existem em querer demais algo?
Eu sei responder essa pergunta. Mas eventualmente parece que há quem não saiba. Sim, meu sonho, esse é pra você; pode digerir cada palavra fácil que direi de aqui até a última linha. Leia cada letra como se fosse exclusiva, leia tudo sabendo que é pra você, sabendo que eu te amo, e que minha leve ansiedade pelo novo nada tem a ver com o que sinto em sua direção.
O sinto por você tem mais a ver com o sentimento romântico de entrega total, de sonho eterno. É mais relativo ao que age de dentro pra fora, como um fluxo de consciência, que brevemente me tira da realidade e me leva pra você sem que nem percebas.
O que eu sinto é mais correspondente á amor do que a qualquer outra coisa.
Meus sonhos... você, samba canção, rua empoeirada, orquídea, hardcore, café, cigarro, cama, 'eu te amo', nós... meus sonhos. Eu vejo você em quase tudo, sonho a quase todo momento e até as coisas mais realistas eu posso transformar em românticas, eu só preciso de você nelas!
Lê minhas palavras? Você as quer? Eu quero mais! Eu também as domino. Também sei falar, ler e escrever. Fui albetizada quase tão bem quanto você. Não percebe que isso não importa? Não vê que NADA disso importa?
Nossos problemas são outros, nossos problemas não são internos. Ora são questão éticas que nos afastam: moral, bons costumes, princípios...
Agora são questão de física: Tempo & Espaço. Tempo que passa, devagar mas passa; espaço que é atravessado, percorrido. Problemas só são problemas até não terem solução, uma vez que a solução foi encontrada o problema deixa de existir.
Logo: Não temos problemas. Temos ansiedade, temos amor, temos sonhos, desejos. Bem.. eu tenho. Tenho amor, sonho, desejo.. E quero, muito mais que isso, ter você. De verdade. Além das palavras, além dessas meras letrinhas, além de bytes, de ondas sonoras, de lembranças e esperanças. Quero ter você inteiro, nem que seja por rápido momento, quero sentir, de novo, meu coração batendo junto com o seu. Como resposta do meu corpo ao momento. Eu quero sentir você totalmente entregue a mim. Desligado de qualquer coisa fora de mim, qualquer coisa além de nós.
É só isso que eu quero. E é só nisso que eu tenho pensado.
Talvez minha ânsia pelo novo não seja nem comparável ao tamanho do sonho antigo.
O sonho de adormecer e ver seu rosto amanhacendo. Mas dessa vez de verdade.
Não fuja, não minta, não lute, não sofra mais. Eu te amo. E agora é só esperar, esperar só mais um pouquinho. Como você mesmo diz: eu não posso sair dessa vida sem você, meu amor, meu sonho. Dileto.

10.9.08

Ok.. Chega desse romantismo todo.
Chega de todas essas idealização; no meu sonho eu sou tudo que digo ser, sou tudo que quero... mas é só no sonho. Na realidade a minha verdade é outra.
Eu sou sim dependente. De qualquer coisa, de qualquer pessoa.. E gosto de ser assim.
Acho maravilhoso esse jeito como me sinto quando estou 'apaixonadinha', e só uso essa palavra porque não conheço outra que possa descrever melhor essa sensação de andar sorrindo, parecendo uma doida, e mesmo não se tratando dessa paixão romântica que todo mundo atribui quando falamos de sentimentos, de idealização e sonho, não deixa de ser uma paixãozinha, um foguinho no peito, uma ansiedadezinha... Talvez o tempo fizesse todos estes diminutivos virarem 'ãos'.
Mas faz bem pro ego ter alguém que te deseje, que te ache bonita e interessante, inteligente e atraente... Ou que pelo menos finja isso tudo.
A verdade é uma só: Homens precisam de mulheres e mulheres precisam de homens. Cada um para uma finalidade distinta. Mas precisam.
Ninguém pode ser feliz sozinho, muito menos alguém como eu. Eu.. logo eu.
Ai ai! eu sou como sempre fui.. não mudei nadinha mesmo!

8.9.08

ok.. hora de entrar no banheiro, tirar a roupa, ligar o chuveiro e ficar lá embaixo sentindo a água quente cair sobre a cabeça e escorrer pelas costas indo pelo ralo enquanto novas gotas de água fazem o mesmo ciclo.
hora de escrever, ficar nua pra todo mundo ver.
já tive medo de ficar sozinha. medo de me perder em mim mesma por não ter ninguém que me guiasse. tive medo de não ter com quem dormir quando estivesse frio, ou pra conversar sobre como foi meu dia.... sempre tive um medo enorme de que minha carência se tornasse ainda maior por não ter pra quem ligar e gastar meus créditos em três dias.
mas hoje não.
hoje experimento a deliciosa arte de poder ser sozinha. não nego minha carência, minha dependência de precisar ter com quem falar ao telefone. mas agora é diferente... sei como é caminhar e sentir vento nos cabelos, auto estima realmente alta, ondas sonoras de uma música boa vibrando quase 'dentro do meu cérebro'. agora eu sei que posso, e posso sozinha.
eu já fiz coisas feias por medo de perder. já alimentei amores aqui e ali, espalhando pequenas sementes em corações distintos, sem lembrar que desse jeito a colheita seria feita no mesmo período, e assim uma das produções seria perdida. não se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
já fingi estar em dois corações e tê-los em mim ao mesmo tempo sem estar verdadeiramente em nenhum. mas não foi por maldade, disso nem eu sabia.
eu enganei. mas foi por medo. eu tinha medo de ficar só comigo, eu tinha medo de mim, eu era um monstro!

todos os dias eu vou pra cama cheia de pensamentos, sonhos e cansaço. todas as noites, antes de dormir eu penso: hoje ele deve ligar e dizer que me ama. mas não liga, nunca mais ligou.
Talvez ele também só tenha medo de ficar sozinho e por isso ás vezes liga e diz umas coisas bonitas: pra plantar sua semente em mim. talvez ele seja maldoso. Ou talvez não saiba de nada nem sobre mim nem sobre ele. Talvez nós dois não saibamos nada e sejamos crianças perdidas e sonhadoras. É possível sermos exatamente iguais. Ele (imper)feito pra mim, eu o (estereó)tipo dele...
Ele é pra mim, eu sou pra ele. Duas crianças inocentes...
"Vamos descobrir o mundo juntos, baby;
Quero aprender com o seu pequeno grande coração, meu amor[...]"

6.9.08




É muito bom voltar a sonhar. O gosto da esperança é doce, e o amanhacer é mais belo; parece que todos os dias são importantíssimos, e que cada minuto perdido vai interferir drasticamente na realização do meu sonho. Todos os dias são contabilizados como um dia mais perto.. até comer e respirar parece mais importante;Eu vivia procurando um porquê de existir; achei. E agora que encontrei vou me dedicar inteiramente ao meu sonho, buscar o mais longe possível.
Vou me dedicar mais a essa escalada e alcançar o topo para poder ver de cima como as coisas são. Vou subir, sem olhar para baixo para não dar medo nem vontade de voltar para a terra firme, que de longe é o lugar mais seguro para se ficar.
Chega! Cansei do seguro.
Vou subir ao topo da árvore para pegar o fruto mais suculento, o mais bonito, o que me satisfaça mais que todos os outros. Vou subir e subir, mesmo sabendo que quando mais se sobe mais dolorosa é a queda; Sei que a escalada é árdua e longa e por isso mesmo o fruto pode estar podre quando eu chegar lá em cima, tudo bem é um risco que se corre.
Só não quero é carregar a culpa de nunca ter tentado.

4.9.08

Eu quero ter um filho.
Quero ter uma vida que dependa da minha para existir. Quero ter alguém a quem dedicar 100% do meu amor, do meu tempo, do meu carinho, da minha ira, da minha energia... da minha vida, do meu tudo.
Quero ter um filho e quero que ele seja corajoso. Um homem decidido. Que queira e consiga mudar o mundo, ou que morra tentando. Quero que ele seja tudo que eu não tenho conseguido ser, mas não de modo a depositar nele a responsabilidade de realizar meus sonhos, mas sim de ter mais orgulho dele que a qualquer coisa. Olhar para ele e ver nele um grande líder, uma pessoa a que todos respeitam e ouvem.
Ele vai fazer suas escolhas, e pode escolher ser professor de educação física, ou técnico em informática; pode ser que ele se descubra homossexual, ou bissexual; ele pode optar por ser fuzileiro naval, ou engenheiro náutico; Ele poderá ser o que quiser, não vou odiá-lo por isso, pelo contrário: vou amá-lo mais ainda porquê ele se decidiu e conseguiu ser o que queria ser; por mais medíocre que possam parecer suas escolhas, são as escolhas que ele fez para si. E eu vou apoiá-lo.
Pode ser que ele tenha um filho com 15 anos, e não querer prestar vestibular... Que vire usuário de drogas ou alcólatra, pode ser que ele seja viciado em video game... Que ele se apaixone por uma golpista e fuja com ela antes de terminar o ensino médio... Ele pode cair em todos os buracos que a adolescência reserva aos viventes dessa época mesmo que tenha quem ajude-o e converse com ele. Não será culpa minha, mas ainda assim farei tudo, e tudo para que ele consiga se erguer, e quando ele conseguir também não será mérito meu, e sim dele que conseguiu levantar-se.
Quando ele estiver sofrendo eu vou consolá-lo. Quando estiver feliz por suas conquistas eu vou observar de canto sua alegria e rezando baixinho um agradecimento á Deus por ele poder viver aquilo;
Eu viverei em função dele sem esperar o mesmo de sua parte.
Eu quero um filho que tenha consciência, que batalhe, que lute! Eu quero um filho que todos sintam falta quando se for. Assim como eu, que dedicarei minha vida á ele, sentirei.

2.9.08


Podemos nos acostumar com tudo. Com um mau cheiro, com algo muito feio, com uma música alta... e até com a ausência, a saudade.
Depois de algum tempo aquele vazio que certa pessoa que parecia insubstituível deixou quando partiu é preenchido de um jeito ou de outro: com drogas, música, atividades diferentes e até mesmo outras pessoas..

O tempo muda tira as coisas que nos incomoda de foco, deixando em evidência aquilo que podemos dar um jeito. Um dia a gente cansa de reclamar e sofrer por coisas que não tem jeito, que não estão ao nosso alcance.
Não existe remédio para dores do coração. Para mal estar sentimental, para febre de saudade. Não há remédio para aquilo que não aparece em Raio-X e exames quaisquer... Só há o tempo, que diferente do que dizem não é remédio, não é senhor e não é mestre! Tempo é condição limitada, sucessão de momentos, antônimo de eterno... não há nada de poético no tempo. Ele faz tão parte de nossas vidas quando oxigênio, água ou luz; e porquê nenhuma dessas coisas coisas ficam também encarrecagados pelas grandes obras realizadas em nossas vidas? Pelo simples fato de não serem!
Você faz todas as coisas em sua vida. E você só se deixa de sofrer por aquilo que não tem jeito quando percebe que a vida precisa continuar; e quanto mais cedo você descobre isso mais forte és. Grandes homens não choram por problemas insolúveis trabalham em obras para solucionar questões possíveis.
"Não solucionar seus erros é como cometer novos pecados"


A ausência das pessoas acaba sendo preenchida mesmo.. é fato. Mas em certos momentos sentir aquela pontada de dor é inevitável. E hoje eu senti uma leve dorzinha, uma dorzinha que não esperava sentir mesmo. Senti falta de um pequeno detalhe, algo que faltava no meio da rua...
A gente pode se acostumar com tudo, mas não conseguimos lidar bem com isso o tempo todo. Em alguma ocasião esse vazio não estará preenchido e misticamente ele vai te dominar.

1.9.08

Meu monólogo, Nossas vidas.
Ninguém vê o que acontece comigo, e não há barreiras: eu conheço meus limites, mas não sei respeitá-los. Não sei ser leal á mim mesma. Eu me atinjo, me firo... e faço porque sei que aguento, conheço meus limites. Eu sou forte, posso aguentar qualquer coisa a que me submeta. Eu posso; mesmo sentindo essa dor que ás vezes dá quando se percebe solidão presente. Meu coração parece ermo, lateja ritmicamente.

Tanta tristeza forçada, tantos sorrisos presos... porquê?
É preciso se auto afirmar; é preciso que vejam como foi o passado.
E a língua tão áspera que não foi conhecida hoje diz as mesmas mentiras que um dia reconhecerá tão vazias quanto outros dizem ser.

Uns mais, outros menos. Todos forçamos. Todos proclamamos mentiras. Todos somos o que não queremos ser. Todos buscamos o pior que parece ser bom. Nosso pior é o nosso bom.
O meu pior, meu cruel é, também, o meu melhor: que não me respeita e me obriga a ir além do que eu admito suportar; é isso que faz sofrível qualquer dor, e me fortalece a cada passo dolorido. Eu cruel é o melhor de mim.