8.10.08

Aos qüatorze anos existem dois tipos de jovens: Os que não pensam na morte e os que só pensam nela.
Eu era das que não pensavam. E vivi o melhor ano da minha vida. O mais cheio de emoções, de todos os tipos. Amores, sexo, álcool e os grandes amigos que transpõe o tempo.  Hoje, que eu penso demais, nada disso me impressiona mais. Agora equilibro pensar em amanhã e pensar em agora. Mas hoje pensei no passado. Nostalgia. 
Não olho com arrependimento para nenhum de meus passos, mas vejo hoje, com desdém a tantas coisas que antes eram importantíssimas. Realmente o tempo voa. Lembro das minhas primeiras vezes: Primeiro beijo e namoradinho, primeiro porre, primeira tragada... Primeiro amor.
Amei tão grande, tão caro. Continuo amando. Aprendi algumas coisas com o passar do tempo, só não aprendi a não amar.
Um dia acordei e disse: Farei com que ele se apaixone por mim. E eu consegui. Aprendi a conquistar, seduzir; só não lembrei de me prevenir, afinal para tudo que age uma reação de igual teor será produzida. Entenda o que quiser. Mas aconteceu; eu sei como é.
  
 
   















Já aconteceu antes. Quantos anos eu tinha da primeira vez? Sete, oito? 
Hudson.. eu com minha saia de botão azul, e ele com um espelinho no tênis. Irônico! Parece que meu gosto pelos canalham vem de cedo; E depois? quantos mais? 
Um, aos 11, Bruno. Um aos 12, Douglas... 13, 14, 15, 16 e 17 em sete dias. Quantos foram?
Quantos deles pensavam na morte? Eu não pensava. Até os 15 nós achamos ser imbatíveis,puro hedonismo . Agora,  sei que não sou imortal, e que cada baforada é alguns segundos a menos; que cada gole é uma célula afetada; e cada manhã é um novo desafio. 
Será que é hoje que vai acontecer? Não foi ontem, nem antes de ontem, nem nenhum outro dia anterior... é mais possível que seja amanhã, já que não foram os dias que já passaram. E não foi hoje também. 

Sempre achei essa coisa toda de embriaguez muito romântica, tipo o Cazuza com 'meus heróis morreram de overdose'; Essa percepção de depender de alguém por alguns momentos, de não lutar contra nada nem ninguém, do sensacionalismo provocado por isso fazendo com que sentimos tudo maximizado, alongado; sentir-se inteiramente entregue, amolecida, corajosa, isana. Você! 
Mas a que preço?
Não importa.
Só passaram-se dois anos desde os quatorze (três em sete dias), eu me sinto no direito de viver achando ser imortal; cometer os maiores erros de todos, adquirir vícios que me matem aos quarenta, ou abandoná-los aos vinte e cinco. Só não posso me poupar de viver agora, afinal pode ser acontece amanhã. 

4 comentários:

Junior Matos disse...

"Vida é deixar-se envolver. É entregar-se ao momento, à sensação, ao sentimento. Vida é abandonar-se sem medo, sentir plenamente cada movimento. Vida é gritar bem alto, deixando vir de dentro a alegria de estar amando...assumir de corpo inteiro e não só no pensamento. Vida é amar sem medo."

Cebolitos... disse...

Rapaz... Que texto bom!
=)

ganhou um fã...
=*

Clarice_Reis disse...

Essa música fúnebre e esse seu texto me mataram.Aos 14,ah eu também era feliz,eu acho,não me lembro bem.
Mas enfim,sobre tudo o que você disse,fiquei pensando...Como deve ser você por um dia apenas?
Não sei,acho que teria medo de sê-la.
Mas mesmo assim minha inveja continua .

Anônimo disse...

Aos 14 eu nem era feliz...

nem pensava na morte...

é como diz um cara que eu conheço...

eu inexistia...

eu flutuava,apenas esperando um amanhã de felicidade que nunca viria...


gostei do texto!


bjosss

:)