17.4.10

Do sonho da sexta.

De novo naquele motel que só existe nos meus sonhos. Eu e ele, num quarto com detalhes de madeira, e vidros embaçados por toda parte, era só isso que dividia um quarto do outro e os corredores. Além de umas escadas que davam acesso aos quartos que eram elevados.
Por todo lado tinha sangue quando ele entrou, e ela desesperada chorando no banheiro esperava que ele não viesse, mas veio. 'Que bom!' pensou depois de tudo.
Foi uma noite de amor como só pode acontecer nos sonhos, em baixo de um lençol vermelho e com velas por toda parte ele gemia seu prazer descrevendo as incríveis sensações; era como morrer na boca de uma mulher de olhos tão negros quanto a noite. Explodir e morrer.
Depois disso, uma nova face resplandeceu à porta entreaberta do banheiro. Já de outra maneira, ele gemia o prazer dela; ela lhe mordia a orelha, simultaneamente, com carinho e ferocidade; o suor que escorria por entre os seios e lhe molhava a raiz dos cabelos, pingava sobre ele escorrendo pelo peito até as costas; e as unhas nelas cravadas rasgavam a pele do responsável pelo maior prazer. Num simples e repetitivo movimento de vai-e-vem eles acabaram adormecendo sobre o lençol já encharcado do amor dos dois. Ela se virou e suspirou por mais essa noite em Paris, e Que Bom que Ele veio!

3 comentários:

Ju ♥ disse...

q bom q ele foi.

Ferdi disse...

Que bom, mas.. e o sangue?

Elias Balthazar disse...

Quem sabe o amor seja mesmo isso de ser um lindo e onirico quarto parede-meia de outros quartos... com pouca divisão um do outro.
Talvez existam mesmo quartos mais elevados...
Talvez a espera pelo amor seja sacrificio, sangue e quem sabe o amor em si seja um sacrificio recompensado pelo prazer da carne que em seus momentos mais sublimes toca a alma em delirios e gemidos que expressam linguas angélicas.