30.9.09

Daquela canção de amor

Aquela, que eu não podia ficar sem escrever...
Seria uma canção pra ele, ia falar do meu amor,e de cada detalhe: de todos os póros, do suór e dos fios de cabelo nele grudados. Das lágrimas que por desventura derramei, ou o fiz derramar, e como dói lembrar da dor que o fiz passar, sempre brigas tão desnecessárias. Mas ás vezes ele bem que merece, eu sofro tanto por ele ser como é, e ainda assim eu amar, e querer tanto tano!
E até aquela canção de amor, talvez ele não faça questão.. já ouve tantas boas por aí, pela noite, pelos bares, pelos shows... ele canta, toca, conhece a técnica, a música. Quem sou eu?
Deixa essa canção pra lá, ele nem deve querer mesmo.

29.9.09

Os males do espírito

É um cansaço tão grande!
Eu sinto vir de dentro pra fora, como uma rajada de vento que toma a direção que quer, só que mais lento e minuncioso, consumindo mais, mais doloroso, como fogo que vem queimando.... Devagar;
Enquanto eu sinto na minha cabeça uma explosão de cores e sons que me confundem até o último instante, até a vir, de novo, a sensação de que o mundo vai acabar. Parece que cada minuto é uma hora, e que isso não vai passar nunca.

28.9.09

Do que foi, e do que ainda vai ser.

Sabe essa saudade que ás vezes dá de nós mesmos?
De ser como era antes, mais profunda, mais talentosa, mais dedicada às coisas tão mais importantes que o trabalho.. Estudar só por querer saber, tirar fotos, ler romance e novelas, tomar banho durante a tarde, e fazer bolo de cenoura pro namorado.
Queria ter aprendido a tocar violão e fazer uma canção pra ele, uma canção pra nós. Mas eu não aprendi, quando decidi dedicar-me à isso tive que me dedicar à outra coisa. Daí eu podia escrever um verso, mas pra isso não sou tão boa; não sei se seria boa fazendo uma canção também... mas eu nunca tentei, e só dá pra saber depois que tenta.
Deu vontade de escrever como antes, me desprender do que me interrompe, do que me regula. Mas pareço não poder mais.
A gente muda, não muda? Eu nunca mais vou poder ser como antes? Vou sentir essa saudade pra sempre? Eu quero às vezes poder ser como antes e pintar a ponta do cabelo, usar samba canção, ouvir róquinrol... E não só estar acordando às 7:40, tomar banho, me arrumar e ir pro trabalho, almoçar, em 10 minutos, minha comida fria no fundo da loja da maneira mais desconfortável possível, e voltar para o balcão sem uma perspectiva de melhoria. Sem meu violão que eu deveria conhecer, sem O Lobo da Estepe, A hora da Estrela ou nenhuma outra grande obra pra me acompanhar no bolso.
A questão é que de repente, no escuro, tudo ficou mudo (exceto um gato ao fundo miando agonizando a fome ou a dor) e me deu a impressão de que o mundo ia acabar e eu ainda não tinha feito nada do que eu queria fazer para mudar o meu mundo, é claro. Eu estava longe do meu bem, sozinha no escuro e sentindo saudade de mim.
Não pode acabar, eu ainda não fiz aquela canção de amor.