23.1.09

Mortos.

Morte:
"s. f., acto de morrer;fim da vida animal ou vegetal; termo de existência; acabamento; fim; homicídio; a pena capital;
fig., destruição; perda; causa de ruína;
poét., entidade imaginária que ceifa a vida."

Isso segundo o dicionário. Mas e para nós? Como encaramos a morte?
Perder alguém nos causa dor imensa, sentir-se culpado por isso, então... dá calafrios, a dor que antes era imensa passa a ser quase insuportável, praticamente intrasponível! Mas não é.
A morte, pra mim, é encarada como algo inevitável e natural. E quem morre é, simplesmente, alguém que parte pra sempre e deixa saudades invencíveis.
Morte é não só um estado do corpo, mas uma possibilidade da alma, da mente e do coração. Logo, morre para nós não só os que deixaram a vida, mas também os que abandonaram o coração (seja lá pelo que for).
Chorei uma morte, uma morte da qual julguei ser culpada.
Mas os tempos são diferentes para cada um de nós. O muito tarde pode acabar sendo cedo demais. O importante de agora pode ter que ser deixado pra daqui a pouco. O dia preocupado de uns, pode ser só mais umas mensagens piscando no celular... Mas há gente que não entende isso, não vê a realidade com os olhos plenos, não encara de coração aberto.
Eu chorei uma morte da qual julguei ser culpada.
Meu julgamento era errado, mas a morte foi chorada
E não foi em vão que meus olhos lacrimejaram.
Alguém, realmente morreu.

22.1.09

Aquele lá.

Um dia eu conheci um homem.
Um homem que chorava e de atos duvidosos.. Que não percebia o tempo passar;
Era muito popular.

Ele gostava de ver o poder dividido, de filme legendado e de combinações gastronômicas com mel, aveia e essas coisas naturais demais pra mim ...
Talvez ele fosse demais pra mim. Me olhava de um jeito que me fazia brilhar os olhos. Eu sorria e ele dizia sobre o sorriso, eu andava e ele falava dos quadris. E eu pensava com quantas ele foi assim na vida, com quantas ele ainda podia ser ou estava sendo... As coisas que dizia.. pra quantas ele já olhara dizendo as mesmas palavras (baratas ou não) ?
Um dia não me importou mais o que ele fez e com quem fez. Importava-me o que estava fazendo no momento em que estava ao meu lado, e ele fazia uma única coisa: minha felicidade.

Aí um dia eu conheci um novo homem.
Um homem que era homem suficiente pra assumir o que sentia, que ficava aos prantos não importava onde, desde que fosse sua vontade; que se libertava das maneiras que mais lhe desse prazer não dos jeitos funcionais, fosse politicamente correto ou não (Porque na verdade estar ou não correto é só uma questão de ponto de vista).
Um cara que não se achava metódico mas se alongava antes de correr, lia no banheiro e acreditava cegamente na ciência, com fosse tão exata quanto matemática.
Eu conheci um homem que conhecia gente demais! Mas acho que pouca gente o sabia quem ele era realmente.
Sabe.. um dia eu conheci um cara incrível! Que não via o tempo passar por estar aproveitando-o minuciosamente, por se ocupar em usá-lo ao em vez de ficar olhando seus segundos passarem voando diante de seus olhos..
Conheci um cara que disse me adorar quando eu me recusava a sentir qualquer coisa por alguém, que não se cansava de dizer isso. Talvez na esperança de um hora ser retribuido. Um cara musical, que da respiração aos gemidos tinha ritmo, sempre em harmonia.
E ele me contava suas aventuras de calouro e eu ouvia atenta como criança, observava a boca dele mexer e a forma como parece que as lembranças lhe fazem bem.. Talvez tenham sido bons tempos pra ele, mas parece ter sobrado pouco de lá além de lembranças. Talvez nada além disso e fotos amareladas. Mas ele nunca contou dos tempos de veterano na faculdade. Não sei porquê. Talvez na época ele não tivesse tempo pra essas bobagens, ou só esqueceu de contar à mim que sabe ser algoz também.
Um dia eu conheci um cara que me elogiava, não me deixava dormir por não sair dos meus pensamentos... que me tratava como mulher porque via longe, me via mais longe do que eu conseguia fazê-lo. Não tentava me ensinar suas experiências que era pra eu pisar com meus próprios pés no terreno duvidoso e concluir o que minha cabeça julgasse melhor. Eu conheci alguém que dava liberdade, liberdade foi tudo que eu sempre quis. E eu o amei por isso.

8.1.09

Sonhos;

Desde crianças somos manipuladas á sonhar, desejar um brinquedo, um doce, uma ida ao parquinho... Nos fazem acreditar que precisamos ser ambiociosos, e querer sempre algo mais - só para termos pelo o quê lutar.
Desenvolvemos a ambição e queremos aquilo que não temos ainda que o que possuímos seja bom, seja suficiente e satisfatório.

Eu queria ser duas coisas: Artista e corajosa.
Artista eu não posso porque me falta talento. Não há nada que eu faça que realize com magnitude suficiente para me destacar, logo não posso realizar grandes projetos artísticos.
Corajosa eu não posso porque sou covarde demais; fujo até da água fria e não sei lutar contra os meus medos que são numericamente tanto quanto os sonhos.
Sonhos...
Eu sonhei, desejei, almejei.. Adormeci e sonhei. E o telefone tocou pra interromper. Lá, no meu mundo paralelo o telefone também tocava, quase não atendo pra não desviar a atenção (nem no sonho, nem na cama) mas eu atendi, o sonho estava tocando, o telefone estava ligando, sonhando eu estava falando, dormindo eu estava pensando... Meu sonho ligou e disse: 'volte a sonhar'
Mas eu não pude mais. Não consegui voltar ao banco traseiro daquele carro estacionado no fundo da escola, não consegui voltar aos braços do sonho que delicadamente embalava meu sono.
Alguns sonhos não devem passar disso, não devem sair da cama, das longas noites.
Alguns sonhos não podem ser interrompidos porque não conseguimos voltar á eles após uma pausa para a realidade.