3.4.14

Do Otimismo

Algo se mexeu por dentro e mandou voltar atrás.
Foi o sentimento de fúria pelo que perdeu, que motivou esse movimento. O Quanto deixou de saber?

Lembrou-se da fome inesgotável de si mesmo, de conhecer-se. Olhar-se a fundo.
E para isso fazia o caminho inverso. Investigava o mundo, via, ouvia, conhecia, investigava, aprendia.

Sobre si uma avalanche de responsabilidades e compromissos, além do inevitável cansaço, fizeram o improvável: Tiraram-lhe de si. Esquecendo da parte boa de ter coragem de ser quem era. Uma onda conduziu até o outro lado. Onde tudo era mais tenso e cansativo.

Mas quando acordou e abriu a janela viu um sol brilhante e um dia que convidava a viver. Resolveu então do dia pra noite reconstruir-se e fazer-se otimista.

Otimistas vivem mais, vivem melhor. Pensam mais leve, acreditam em si mesmos, investem no que faz bem.

Por um lado perdeu o medo de estar só, por outro viu um dia lindo. No todo conformou-se de fazer o melhor que pudesse para fazer-se feliz. Esperar que o dia mostrasse as surpresas que teria.

Não satisfeito com aquilo que se mexeu e deslocou tudo de lugar, o dia seguinte também foi lindo.

[Mentira! O dia seguinte foi uma merda]

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