24.6.14

Do avesso da carne

E se por dentro o me falta é a solidez, 
Por fora esbanjo coragem.
meu sangue escorre, vermelho tão escuro quanto o que pesa minha mente, e, leva embora a verdade disso tudo.

Reencontrei meus pesadelos, 
Mas para revê-los tive que voltar ao começo. Ao fundo do meu peito.
Tive que rasgar minha carne e encontrar minha alma, 

onde, imaginava eu, já não existia mais.

Encontrei comigo os amuletos perdidos
as canções esquecidas, os hábitos antigos e as quimeras. 
[Que há tanto já nem tinha]

E Se me rasgo, no meu fundo encontro a essência de mim mesma. 
Luto contra meus monstros, e não há outra opção, que não vencer.
E aos poucos me livro do que me empobrece, 
do que me suja, do que me persegue,
e do me leva pra longe dos meus.

[E que agora, não me perca em mim. 
Que a saída esteja disponível, 
Volto para mim, com medo da madrugada. 
E uma coragem inventada, para derrotar meus ladrões.]

8.6.14

Da ânsia

De nada me consola o sexo mal resolvido
O asco do dia seguinte só me pode soar mal.
O cheiro impregnado e indesejado.  Tão forte quanto o querer de livrar-se dele;

E se dos sonhos, o seus são os que me dão mais ânimo
Prefiro alimentar a fantasia
Esperando a verdade vir, e trazer um novo fôlego ao que me tira o ar

Ao que me deu nitidez: O foco no escuro.