23.6.10

do futuro

É como voltar ao passado. Perceber que pra ser como eu era antes só bastava ter tempo. Ouvir minhas músicas e ver meus dvds, é tão inspirador ter um pouco mais de arte na vida. Deixei o Sidney Sheldon na cabeceira olhando pra mim e me dizendo: "conte-me seus sonhos" pra ouvir a Marisa Monte me dizendo "e apaga a luz". É como se me disessem: "Feche os olhos e descanse; tudo isso é uma grande ilusão, vai passar quando você acordar com um beijo." Mas não é assim que funciona. Eu me vou. E não sei o que será de mim sozinha.
Eu tenho o dom de destruir coisas quando fico nervosa e de chorar desesperadamente pela perda daquilo que arruinei. Um vidro de perfume, um óculos, uma pizza (e não preciso citar uma pessoa não é?).
É como enfim descobrir, que voltando ao passado não se pode mudar nada. E que a vida nova é tão distante quanto o mês que vem. E agora, ocasionalmente, a Marisa Monte sussura no meu ouvido tão perfeitamente o que eu queria expressar que não posso fazê-lo tão bem quanto ela na Dança Solidão.
[...] "Meu pai sempre me dizia, meu filho tome cuidado
quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado.
Desilusão, desilusão
Dança eu, dança você
Na Dança da solidão"
O meu futuro é logo ali, e não posso me alegrar ao vislumbrá-lo, já que só me vejo sozinha nele.

Barulinho Bom, ao vivo. Marisa Monte