Dos caminhos que já andei, e das pessoas que já amei só me restaram as lembranças.
Como um sopro, por um caminho comum, uma jorrada de velhos pensamentos me passaram pela cabeça. Todos os cheiros...
Alguns eu pude me lembrar dos nomes, outros eu só tive a lembrança. Cada vez em ruas empoeiradas, árvores e beijos escondidos, nomes escritos em portões, pinturas em espelhos, porres e cigarros omitidos, calças brancas e cabelo com gel, amizades coloridas, homens-gibi, banheiros químicos, dormir e acordar, pôr-do-sol... Coisas que só eu posso assimilar, são lembranças só minhas.
Pelo meu caminho das flores eu lembrei de todos meus amores, na rua eu vi de um a um, todos como sempre foram para mim. Os bonzinhos que se tornaram canalhas, os canalhas que se tornaram bonzinhos e canalhas que vão morrer canalhas mesmo... Os que amei, e os que sempre vou amar, como carma da minha alma.
Meus amores eu encontrei hoje, e não é com nostalgia que lembro e sim com uma saudade grata de ter tido cada um deles como pilar para ser quem eu sou. Cheia de um pouco de cada um deles, e agora cheia de mim - e que cheia seja entendida como todos os sentidos bons e os pejorativos também para melhor compreensão do que digo.
Posso dizer, que cada rua empoeirada que caminhei me trouxe hoje para o caminho das flores, onde tudo se tornou o passado mais bonito que pude construir.